Não tem mais volta. A agricultura digital veio para ficar. Uma verdadeira revolução tecnológica está acontecendo neste exato momento e o cenário é a roça! Sim, o agronegócio agora protagoniza este evento divisor de águas na história, pois o campo se tornou um ambiente de mineração e a jazida disponível pode ser mais valiosa que ouro. Estamos falando de algo que sempre esteve a um palmo de nossos narizes, mas começou a ser valorizado e valorado de forma a promover uma corrida e competição tecnológica sem precedentes recentemente. Estamos falando de informações e dados.
Com as movimentações bilionárias do agronegócio em suas diversas etapas e pontas de sua cadeia produtiva, que por sinal tem um nível de competição de altíssimo grau, chegar aos recursos financeiros do produtor se tornou um objetivo de grandes corporações do ramo e é neste ponto que entra uma atividade chamada de data mining, ou mineração de dados.
Muitos que ingressam nas ciências agrárias têm como objetivo viver no campo, tocando lavouras, mas há um mercado novo e promissor que envolve conhecimento agronômico, estatístico, produção de informações e desenvolvimento de ferramentas que faça tudo isso de forma escalável. Esse nicho de mercado é a mineração de dados.
Gigantes do agronegócio recorrem à tecnologia da informação para que suas tomadas de decisão sejam mais assertivas e o uso de algoritmos, inteligência artificial e machine learning ajudam a gerar dados a partir de informações inseridas por usuários em aplicativos e softwares desenvolvidos para as atividades rurais. É aí que está o ouro! São esses dados que irão nortear as ações de mercado de grandes multinacionais, como direcionar melhor seu produto e qualificar seus clientes, bem como desenvolver soluções e novas tecnologias de acordo com a demanda existente. Afinal o livre mercado funciona assim, onde há uma demanda, haverá alguém disposto a supri-la recebendo o que outra pessoa está disposta a pagar.
Informações sobre clima, solo, culturas, logística, entomologia e fitotecnia, se bem compiladas e trabalhadas podem ajudar o mercado da pesquisa e inovação a pensarem soluções cada vez mais eficientes e sustentáveis, tornando a agricultura cada dia mais forte, lucrativa e sustentável.
A conectividade facilita e valida hoje dados e potenciais que intrinsecamente sempre formaram um elo dentro da cadeia produtiva do agronegócio e desvenda o que está implícito dentro da “matrix”, transformando essas informações em rotas para o sucesso, e é o grande desafio do agro 4.0.
A agronomia vai muito além do que estar sol a sol em campo, em contato direto com a terra. Nós agrônomos fazemos isso muito por prazer, por saber que no final das contas é manejando os recursos naturais corretamente que teremos sucesso em produtividade. Porém, grande parte dos acertos surge também daqueles agrônomos que hoje auxiliam os profissionais em tecnologia a desenvolverem ferramentas que subsidiam esse sucesso refletido no campo. Um fator não exclui o outro, mas é um fato que o data mining hoje é indispensável à agricultura, além de ser um novo nicho de mercado com ausência de profissionais.
Tornou-se clichê, mas não deixa de ser verdadeiro, o Agro realmente é tech! Um caminho sem volta. Então o jeito é embarcar e seguir em frente.