Curadoria Semanal
Principais informações sobre o mundo AGRO: ações públicas, produção, inovações, técnicas, pesquisa e muito mais.
TUDO AQUI!
Atualize-se e compartilhe!
Seguro Rural:
liberação de recurso adicional exclusivo para o no Rio Grande do Sul
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou, na segunda-feira (29/07), a Resolução nº 101, do Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural, que altera a distribuição do orçamento de R$ 1,15 bilhão do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para o exercício de 2024. Do total disponibilizado, R$ 210 milhões serão aplicados exclusivamente no Estado do Rio Grande do Sul, para apoiar a contratação de aproximadamente 31 mil apólices que irá beneficiar cerca de 22 mil produtores, em uma área segurada de 1 milhão de hectares e um valor total segurado de R$ 9,5 bilhões.
Além disso, os produtores gaúchos também poderão contar com outra vantagem no momento da contratação do seguro rural. O percentual de subvenção ao prêmio para a cultura da soja será de 30% nos municípios em estado de emergência e 40% nos municípios em estado de calamidade. Para as demais atividades, o percentual de subvenção ao prêmio será de 50% nos municípios em estado de emergência e 60% nos municípios em estado de calamidade. Na regra atual, o percentual aplicado para a soja é de 20% e 40% para as demais atividades. Essas condições devem vigorar até dezembro de 2024.
“O governo federal está atento aos problemas enfrentados pelos produtores que estão nas regiões atingidas por essa catástrofe climática e continuará buscando soluções para superar os desafios”, destaca o secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos.
CONTRATAÇÃO
O produtor que tiver interesse em contratar o seguro rural deve procurar um corretor ou uma instituição financeira que comercialize apólice de seguro rural. Atualmente, 17 seguradoras estão habilitadas para operar no Programa. O seguro rural é destinado aos produtores, pessoa física ou jurídica, independente de acesso ao crédito rural, que cultivem ou produzam espécies contempladas pelo Programa.
Fonte: Mapa 30/07/2024
Plano Floresta + Sustentável: novas ações
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por meio da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI), assinou, nesta terça-feira (30), na sede da pasta, Protocolos de Intenção com quatro associações que são referência em atividades voltadas para setor florestal brasileiro. Parcerias que visam ampliar as oportunidades para o silvicultor e o apoio institucional à Rede Floresta +, do Plano Floresta + Sustentável, proporcionando mais investimento e cooperação técnica para o setor.
Os protocolos representam o compromisso das instituições em trazer para a Rede Floresta + ações colaborativas e integradas, possibilitando a execução de projetos voltados à recuperação de áreas degradadas e reflorestamento e o desenvolvimento da cadeia produtiva florestal, causando impacto positivo para os produtores. Firmaram compromisso com o Mapa, a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), a Associação dos Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta/MT), a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI), e a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre). A entrada destas instituições na Rede Floresta + vai facilitar a interligação entre os projetos e as entidades interessadas em financiá-los.
De acordo com o secretário substituto de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismos (SDI), Pedro Neto, a adesão dessas associações à Rede Floresta+ valida a importância desta cadeia produtiva, que tem como base a floresta plantada. “O estímulo à economia de base florestal, além de atender ao Plano de Ação para Recuperação de Áreas Degradadas e Manejo de Florestas do Mapa, contribui para implementação de práticas sustentáveis, abrindo novas possibilidades de negócio e renda para o produtor rural”, destacou.
Segundo o presidente da IBÁ, Paulo Hartung, a participação da Indústria Brasileira de Árvores na Rede Floresta+ vem coroar o empenho do Mapa em construir uma aproximação entre o setor privado e o governo federal. “O fomento e a parceria do Mapa em ações que potencializam o setor têm contribuído para mudar a realidade de milhares de silvicultores brasileiros que produzem hoje com sustentabilidade e rentabilidade”, completou.
PLANO FLORESTA + SUSTENTÁVEL
O Plano Floresta + Sustentável, tem por objetivo de impulsionar o desenvolvimento do setor de florestas plantadas no Brasil, focando no estímulo à produção sustentável, na recuperação de áreas degradadas e no fortalecimento de cadeias produtivas. Entre os três eixos de atuação está a Rede Floresta +, que visa promover a conexão entre instituições detentoras de projetos florestais com investidores, a partir de demanda induzida ou espontânea, criando uma rede colaborativa e integrada.
Fonte: Mapa 30/07/2024
12 anos do maior experimento do mundo com sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)
A Embrapa Agrossilvipastoril está fechando o primeiro ciclo de 12 anos do maior experimento do mundo com sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), em Sinop (MT). As pesquisas trouxeram resultados que ajudam a fazer recomendações sobre uso do componente arbóreo nesses sistemas produtivos.
A definição da estratégia de uso das árvores em sistemas de integração varia entre as propriedades, conforme o interesse do produtor. Fatores como destinação da madeira, mercado consumidor, forma de colheita, uso das árvores como adição ou substituição de renda, características da propriedade, entre outros, devem ser avaliados. Isso torna cada projeto único. Porém, a tomada de decisão deve ser baseada em fundamentos técnicos como os obtidos na pesquisa.
A pesquisa
O trabalho utilizou o eucalipto (clone H13), uma vez que é uma espécie com crescimento rápido, com técnicas silviculturais desenvolvidas e com múltiplos usos. As árvores foram testadas em sistema de integração lavoura-floresta (ILF), integração pecuária-floresta (IPF) e ILPF, além da monocultura utilizada como testemunha. O plantio ocorreu inicialmente em renques de três linhas distantes 30 metros entre si e, após intervenções, alguns dos tratamentos tiveram as linhas externas suprimidas e ficaram como linhas simples espaçadas em 37 metros. A pesquisa acompanhou todo o desenvolvimento das árvores, as operações de manejo como poda de galhos e desbastes (corte seletivo de árvores), dados de crescimento, acúmulo de biomassa e carbono, efeito bordadura dos renques, estoque de madeira, entre outros.
Ao longo dos 12 anos os sistemas integrados produziram entre 87 m³ e 114 m³ de madeira por hectare (ha). Os volumes variaram conforme o número de árvores conduzidas até o fim do experimento. Entretanto, quanto mais árvores, maior o impacto sobre a produção de grãos e forragem dentro do sistema produtivo. “Quando falamos em sistemas de integração, temos que pensar na produtividade de todo o sistema. Se eu aumento o número de árvores, terei redução na produção da lavoura e da pecuária. Sendo assim, o maior número de árvores tem que fazer sentido na avaliação global”, explica o pesquisador Maurel Behling.
A área testemunha, com monocultura de eucalipto, produziu 350 m³/ha ao longo dos 12 anos, ficando dentro da média de incremento anual do H13 em áreas de silvicultura em Mato Grosso, que é de 32 m³/ha.
Comportamento de crescimento e carbono
Os dados de crescimento em altura, diâmetro à altura do peito (DAP) e volume de madeira medidos ao longo dos anos indicaram que os sistemas integrados proporcionam o chamado efeito bordadura. É o efeito causado nas árvores externas da monocultura por receberem mais luz, água e nutrientes que aquelas do interior e por terem menor competição com árvores vizinhas. Na ILPF esse efeito foi observado nos renques de linhas triplas, com a árvore do meio tendo menor DAP, assim como as árvores do tratamento só com eucalipto.
O efeito bordadura foi ainda mais acentuado na avaliação de biomassa e de acúmulo de carbono nas árvores. O sistema ILPF, que inicialmente teve renques triplos e passou a ter renque simples após corte das linhas laterais, foi o que mais acumulou carbono, passando dos 30 kg/ano por indivíduo. O valor se diferenciou estatisticamente dos demais e ficou bem acima dos cerca de 20 kg/ano por árvore na monocultura. “Além de favorecer o ganho em volume das árvores, com maior potencial para aproveitamento na serraria, há uma maior taxa de acúmulo de carbono nas árvores na ILPF. É um carbono que teoricamente terá um ciclo de vida maior do que aquele usado como biomassa”, destaca Behling.
O pesquisador lembra ainda que o carbono não fica somente estocado na madeira. As árvores no sistema produtivo ainda deixam grande volume de carbono na área em forma de folhas, galhos, serrapilheira e matéria orgânica. “Cerca de 10 toneladas de resíduos por hectare que permanecem são originárias da área útil com árvores. Isso sem considerar tocos e raízes que em média representam 20% da biomassa total da árvore”, informa o pesquisador.
Fonte: Embrapa 30/07/2024
Brasil participa de novo ciclo de trocas de experiências internacionais sobre políticas de acesso à terra
Montevidéu acolherá uma delegação internacional para dialogar e compartilhar experiências sobre essas temáticas
O Uruguai será o segundo país a receber o I Ciclo de Intercâmbios sobre Acesso à Terra no Mercosul Ampliado, de 31 de julho a 2 de agosto em Montevidéu. O objetivo é continuar o intercâmbio de boas práticas no tema de acesso à terra nos países do Mercosul Ampliado, além de dialogar sobre a criação de um plano que guie as ações dos países membros da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (REAF/Mercosul). O primeiro encontro ocorreu no Brasil em maio deste ano.
Participarão do encontro representantes de governos e da sociedade civil organizada do Brasil, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Chile, além de representantes da Confederação de Organizações de Produtores Familiares do Mercosul Ampliado (COPROFAM) da Argentina e do Peru. Também participarão representantes do governo e da sociedade civil da Guatemala, como parte da retomada do intercâmbio da REAF com outros países da América Latina.
Esta iniciativa é promovida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), no âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, em apoio à agenda de trabalho da REAF/Mercosul.
Um dos principais temas da REAF Mercosul é abordar os obstáculos e soluções para desenvolver e implementar políticas de acesso à terra e reforma agrária nos países da região. Além disso, os países membros da Reunião Especializada se comprometeram a avançar com documentos nacionais que identifiquem as ações já existentes para promover o acesso à terra para a agricultura familiar e fomentar o arraigamento nos territórios rurais.
Esta segunda sessão, no Uruguai, vai continuar aprofundando o diálogo iniciado no Brasil, com foco em diferentes ferramentas que facilitem o acesso e a segurança jurídica da posse da terra, mecanismos e políticas direcionadas ao acesso à terra para mulheres e jovens, bem como estratégias que facilitem a articulação institucional para potencializar o desenvolvimento das populações beneficiárias dos programas de acesso, especialmente a agricultura familiar.
Apresentações, visitas de campo e trabalhos em grupo
Durante três dias, o grupo participará de exposições e intercâmbios sobre ferramentas aplicadas e diferentes políticas públicas; a história de políticas públicas no tema de acesso à terra nos países; os marcos legais anteriores e vigentes relacionados; as experiências práticas e os desafios em cada um dos países e na região, destacando a importância das políticas de acesso à terra para a agricultura familiar. A programação inclui uma visita de campo para conhecer propriedades rurais que acessaram a política pública de acesso à terra e, no último dia, promoverá o diálogo sobre os desafios e oportunidades em políticas de acesso à terra na região do Mercosul Ampliado.
A Cooperação Brasil-FAO na temática da terra
Por meio da iniciativa de cooperação Sul-Sul “Apoio ao fortalecimento da governança responsável da posse da terra na América Latina e no Caribe”, a FAO, o INCRA e a ABC apoiam espaços de diálogo político e facilitam oportunidades de intercâmbio de boas práticas entre países da região, que contribuam para uma nova perspectiva sobre os sistemas de administração de terras e que gerem a promoção de políticas territoriais eficazes, com o objetivo de erradicar a pobreza e promover o uso e a gestão sustentável dos recursos naturais.
Fonte: FAO 30/07/2024
Inseticida sustentável com uso de nanotecnologia
Um inseticida mais eficaz e sustentável foi desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente (SP) em parceria com o Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O trabalho resultou em um sistema de liberação controlada da molécula inseticida tiametoxam. O encapsulamento foi realizado em nanomicelas poliméricas, estruturas menores que um bilionésimo de metro, ou mais de 80 mil vezes menor do que a espessura de um fio de cabelo. Estudos mostram que a aplicação de nanopesticidas pode ser muito mais eficaz em comparação com os pesticidas convencionais já existentes e poderá, em futuro próximo, substituí-los completamente. Os nanomateriais apresentam propriedades físicas, químicas e biológicas únicas, diferentes das características dos mesmos materiais em escalas maiores, devido ao aumento da razão superfície-volume e dos efeitos quânticos.
Nanopesticidas referem-se a formulações que utilizam nanomateriais em sua composição e que apresentam elevada eficiência de aplicação e menos efeitos tóxicos ao ambiente em comparação com as formulações convencionais do mesmo ingrediente ativo. Nesse trabalho, o método de formulação utilizado foi o nanoencapsulamento do ingrediente ativo estudado, resultando em uma liberação sustentada pelas nanopartículas, elevada estabilidade e especificidade. “Os resultados indicaram que as nanoestruturas foram eficazes com uma dose aproximadamente duas vezes menor comparada às formulações comerciais”, explica a analista da Embrapa Marcia Assalin, coordenadora do estudo, que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A eficiência do nanoinseticida foi avaliada por meio do controle, em casas de vegetação, do inseto (Diaphorina citri) responsável pela disseminação do greening, também conhecido como huanglongbing e HLB, causado pela bactéria Candidatus Liberibacter spp. A doença acomete todas as plantas cítricas e não tem cura: uma vez contaminada, não é possível eliminar a bactéria da planta, que fica agindo como fonte de inóculo para contaminação de outras plantas. Além de aumentar a eficiência, o novo produto pode levar a uma redução do número de aplicações, atenuação no desenvolvimento de resistência das pragas ao inseticida, e diminuição do impacto ambiental e dos custos associados.
De acordo com Ljubica Tasic, professora da Unicamp, o nanoinseticida apresentou reduzida toxicidade a organismos aquáticos utilizados em estudos de avaliação de ecotoxicidade (Raphidocelis subcapitata e Artemia salina). Por isso, ela acredita que o produto obtido representa uma das maneiras pelas quais a nanotecnologia pode promover práticas agrícolas mais sustentáveis. A agricultura, para ser considerada sustentável, deve garantir às gerações futuras a capacidade de suprir as necessidades de produção e qualidade de vida no planeta. Para isso, deve ser capaz de aumentar o rendimento agrícola, utilizando menos recursos, ao mesmo tempo que reduz seu impacto ambiental e assegura a saúde dos ecossistemas de apoio, de forma a garantir a continuidade e qualidade dos recursos naturais necessários para a produção de alimentos.
Fonte: ABRAPA 30/07/2024
Laboratório na Bahia ajuda produtores a exportar limão tahiti para a União Europeia
Foto: Léa Cunha
O Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reconheceu recentemente o Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) como apto para emitir laudo para verrugose dos citros, doença fúngica que limita o envio de frutos de lima ácida tahiti (mais conhecida como limão tahiti) para a União Europeia (UE) devido à restrição fitossanitária para Elsinoë spp., praga considerada quarentenária, ou seja, inexistente, naquele continente. Apesar de a Bahia não registrar a ocorrência da doença, assim como algumas outras regiões brasileiras, a ausência de um laudo atestando a sanidade dos lotes dificulta a exportação para a UE.
Cerca de 200 amostras de produtores dos estados da Bahia (em especial da região de Cruz das Almas), Sergipe e Minas Gerais já foram beneficiados, desde o início de abril, pela proximidade do laboratório, que emite os laudos no período de um a dez dias, a depender da demanda e da presença ou não dos sintomas nos frutos. A Bahia é o quarto maior estado produtor brasileiro de limão, ficando atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Pará, e é responsável por exportar frutos que totalizaram US$ 34 milhões em 2023.
Monitoramento
Segundo informações do Observatório da Agricultura Brasileira, o Brasil recebeu, em 2023, US$ 139,3 milhões com a venda de frutos de lima ácida, de acordo com dados provenientes dos bancos do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio (AgroStat) e do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), juntos, limões e limas, são a quarta fruta exportada pelo País, atrás de mangas, melões e uvas.
O auditor fiscal agropecuário Caio César Simão, chefe da Divisão de Programas Especiais de Exportação do Mapa, confirma que, em relação às exportações de lima para a União Europeia, a grande preocupação do órgão sempre foi o cancro cítrico. “Mas, de 2021 para cá, eles começaram a interceptar muitos envios brasileiros com verrugose, que é uma praga quarentenária, ou seja, ausente lá. Nós, pesquisadores, fiscais e produtores brasileiros, sempre tivemos muita dificuldade em encontrar esses sintomas de verrugose porque não é um problema na lima ácida. Então, começamos a realizar um monitoramento dos campos, um controle nosso maior, com apoio da Embrapa, com o objetivo de facilitar e manter a exportação”, explica.
De janeiro a maio passado, 60 contêineres de lima ácida provenientes do Brasil foram devolvidos pelas alfândegas da União Europeia. “Isso pode não ser tão prejudicial para o produtor individualmente, mas é muito ruim para o Brasil. Em outras oportunidades, os mercados de cítricos da Argentina e da África do Sul já foram fechados. Por um problema parecido, a pinta preta, a nossa exportação de frutos de laranja para a Europa também acabou. Hoje só exportamos suco”, recorda Simão.
No caso específico da Bahia, de acordo com dados do Mapa, os rechaços de cargas oriundas do estado pela presença de Elsinoë spp. têm aumentado nos últimos anos, de três em 2022, para sete em 2023 e dez até junho de 2024. “O aumento de interceptações não significa um aumento do problema na Bahia, mas um maior rigor da Europa em relação à detecção da praga”, observa o pesquisador. O laudo para verrugose passou, então, a ser obrigatório. “É uma medida que o Mapa adotou para garantir a conformidade dos envios e não foi uma exigência da União Europeia. A Europa não tem verrugose e não quer ter. Então, precisamos realizar um monitoramento para que o produtor possa aprimorar as práticas, a seleção e a amostragem”, esclarece o representante do ministério.
Como acontece a análise
O laudo laboratorial emitido em nome da unidade de produção (UP), indicando a presença ou ausência da praga, é válido por 30 dias e deve ser apresentado pelo produtor à Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Mapa, no porto marítimo, para fins de certificação de exportação. De acordo com o ofício do Mapa, cada amostra deve conter, no mínimo, 20 frutos. Devem ser amostradas 2% das árvores de cada UP, coletando-se, no mínimo, um fruto apresentando lesões de casca por árvore amostrada. O laudo laboratorial emitido deve declarar explicitamente o número da UP da qual a amostra foi retirada.
A responsabilidade pela coleta e pelo transporte das amostras ao laboratório é do produtor. “Após receber a amostra, fazemos o cadastro e iniciamos a avaliação. Todos os frutos são avaliados em lupa para verificar a presença de sintomas da verrugose. Se forem identificados os sintomas típicos, fazemos lâminas dessa parte afetada no fruto e analisamos em microscópio ótico para verificar se encontramos os sinais do fungo, que são os esporos [conídios] hialinos e de formato alongado. Se identificadas as estruturas do fungo e validadas com base nas características morfológicas, a amostra é dada como positiva”, explica o engenheiro-agrônomo Leandro de Souza Rocha, supervisor do Setor de Gestão de Laboratórios da Embrapa Mandioca e Fruticultura e responsável pelo Laboratório de Fitopatologia.
Produtores atendidos
Para o engenheiro-agrônomo e consultor em citros sediado no Recôncavo Baiano Gabriel Pedreira da Paixão, a realização das análises pela Embrapa ajudou muito a cadeia produtiva da lima ácida tahiti da região. “Beneficiou produtores, responsáveis técnicos e comerciantes do setor em atender à exigência do Mapa. O primeiro ponto são a facilidade e a redução do custo com transporte das amostras aos laboratórios credenciados. Antes, tinham que ser enviadas a outros estados, como Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro”, explica Paixão, que também é responsável técnico habilitado para emissão de Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e do Certificado de Origem Consolidado (CFOC).
O custo do procedimento também é uma vantagem. “Ele é cerca de quatro vezes menor que outros laboratórios devido ao método de análise morfológica realizado na Embrapa ser mais rápido, utilizar menos recursos e ser tão eficiente quanto o método PCR [técnica da biologia molecular que amplia uma região específica de DNA]”, salienta.
Tecnologias para evitar a verrugose
Laranjeira alerta que algumas atitudes tomadas ainda no campo podem afastar a contaminação de frutos pela verrugose: a pulverização, no momento certo, com produtos adequados e registrados no Mapa; o monitoramento da área para retirada de material com sintomas e correto descarte; e a orientação à equipe de colheita para separação de frutos suspeitos. Já no packing house (casa de embalagem), o maior cuidado deve ser com a pré-seleção dos frutos. “Em todas essas etapas, os produtores podem contar com a transferência de tecnologias da Embrapa, como os tratos culturais, o sistema de produção e, inclusive, a capacitação dos auxiliares e técnicos do campo, como os pragueiros. Não existe variedade resistente à verrugose, mas todas essas tecnologias são úteis para se ter uma boa produção com menor risco de ocorrência da doença”, informa o fitopatologista.
No dia 11 de julho, em reunião com representantes da Abrafrutas e produtores e exportadores de lima ácida tahiti, ficou definido que a Embrapa Mandioca e Fruticultura vai oferecer apoio técnico para melhorar o manejo da doença no campo, de forma a reduzir a infecção dos frutos pelo fungo. “Também vamos aprimorar os testes laboratoriais de detecção do fungo para que sejam mais específicos para as espécies consideradas quarentenárias pela União Europeia. Em conjunto com a Abrafrutas, nos dispusemos a contribuir tecnicamente junto ao Mapa para aprimorar os protocolos aplicados para a exportação de lima ácida tahiti”, completa o pesquisador Eduardo Chumbinho de Andrade, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro de Pesquisa da Embrapa.
Fonte: Mapa 30/07/2024
Parque dos Lençóis Maranhenses: Patrimônio Mundial da Unesco
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses foi incluído nesta sexta-feira (26/7) na lista do Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). A decisão foi anunciada em Nova Délhi, na Índia, durante reunião do Comitê do Patrimônio Mundial. A região foi reconhecida por seu campo de dunas intercaladas com lagoas de água doce, ambiente moldado pelo vento e único no mundo. O processo de candidatura foi realizado pelo governo federal em parceria com o governo do Maranhão, os municípios de Barreirinhas, Santo Amaro e Primeira Cruz, além de comunidades que vivem na região.
Os Lençóis Maranhenses foram incluídos na lista com base em critérios relacionados à beleza natural e suas características geomórficas. Cerca de 57% da área do parque é composta pelas dunas, com lagoas de água doce permanentes e temporárias abastecidas pela chuva e pela variação do lençol freático. O parque abriga quatro espécies ameaçadas de extinção, o guará (Eudocimus ruber), a lontra-neotropical (Lontra longicaudis), o gato-do-mato (Leopardustigrinus) e o peixe-boi-marinho (Trichechus manatus). Estima-se que a região tenha cerca de 133 espécies de plantas, 112 espécies de aves e pelo menos 42 espécies de répteis.
O relatório aprovado pelo comitê destacou o arcabouço legal e institucional que garante a proteção permanente da área. Na zona de transição entre Cerrado, Caatinga e Amazônia, a Unidade de Conservação foi criada em 1981 e é administrada pelo ICMBio. Em agosto de 2023, avaliadores da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) foram ao Maranhão para fazer uma avaliação técnica do parque. Aspectos como a integridade e o manejo foram observados e consolidados em um relatório entregue ao comitê da Unesco, colegiado que reúne rotativamente representantes de 21 países.
O título de Patrimônio Mundial é dado a lugares cuja relevância natural ou cultural, segundo a Unesco, ultrapassa fronteiras nacionais e tem importância para toda a humanidade. É a primeira vez em 23 anos que o Brasil tem um Patrimônio Natural reconhecido. Os últimos inscritos na lista foram as Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas e os Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas, em 2001. A cidade de Paraty e a Ilha Grande foram reconhecidos como Patrimônios Mistos em 2019 em razão de suas características naturais e culturais.
Com os Lençóis Maranhenses, o Brasil passa a ter 24 títulos de Patrimônio Mundial: 15 culturais, 8 naturais e 1 misto.
A água é o fator responsável pelo aumento e pela queda de produção
O Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar (GIFC) organiza o 6º Irrigacana no Multiplan Hall, Ribeirão Preto, SP, em 28 e 29 de agosto de 2024. O evento será dividido em 4 blocos. O bloco 1 abordará Irrigação e Políticas Públicas; o bloco 2, Inovação e Tecnologia de Irrigação e Fertirrigação; o bloco 3, Casos de Sucesso de Irrigação e Fertirrigação na Cana-de-açúcar e o bloco 4 tratará de Estratégias de Inserção de Irrigação da Cana-de-açúcar.
Vinicius Bufon, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, irá falar sobre características indutoras de sucesso na adoção da produção irrigada. De acordo com René de Assis Sordi, atual presidente do GIFC, o setor bioenergético nacional não pode mais sofrer com a inconstância de produção. “Em uma safra produzir 650 milhões de toneladas de cana e na outra cair para 580″, observa Sordi, referindo-se a safra 2023/24 na região Centro-Sul que bateu recorde de produção, mas que na safra 2024/25 há expectativa de redução”, explicou.
Para Sordi, a água em maior ou menor quantidade é o fator responsável pelo aumento e pela queda de produção. “Quando chove, temos mais cana, então, por que não ter mais cana quando está mais seco, utilizando irrigação?”, pergunta Sordi. Para ele, cresce no setor o interesse pela sustentabilidade da produção, ou seja: manter a estabilidade da produção, saber qual será o volume de produção que terá na próxima safra, programando e planejando com antecedência as ações, desde a colheita à comercialização dos produtos.
E a irrigação se apresenta como a principal ferramenta para obter essa sustentabilidade da produção. O que tem levado o setor em busca de mais informações sobre sua adoção e seus resultados. “O interesse pelo tema é crescente, o que nos levou a buscar um espaço maior para realizar essa sexta edição”, disse Sordi. O Irrigacana reúne representantes de unidades bioenergéticas, produtores e produtoras rurais, pesquisadores e integrantes de empresas fornecedoras do setor, para discussão e troca de informações sobre a gestão eficiente do manejo da água e da fertirrigação em canaviais, visando o aumento de produtividade e longevidade.
Inscrições na nossa seção de EVENTOS E CURSOS AGRO
Prensa artesanal facilita extração do óleo de andiroba
O processo tradicional de extração do óleo de andiroba pode ter o tempo de preparo reduzido de semanas para alguns minutos com o uso de uma prensa artesanal. O equipamento, desenvolvido pela Embrapa Amapá e aprimorado pela startup Inova Manejo, não necessita de eletricidade para funcionar e exige pouco esforço físico para ser operado.
A inovação foi apresentada em curso sobre boas práticas para a extração de óleo de andiroba, no Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna (PA), no mês de junho. “É uma diferença de tempo muito grande. Estamos ansiosas para contar com essa prensa na próxima safra da andiroba”, disse Claudecir dos Santos. Ela integra o Grupo de Trabalhadoras Artesanais e Extrativistas (GTAE), que utiliza o óleo de andiroba na produção artesanal de sabonetes, cremes hidratantes e repelentes.
Segundo Claudecir, no processo que ela aprendeu com sua avó, do cozimento das sementes até o momento em que o óleo começa a escorrer, podem se passar cerca de 30 dias. “Vai mudar muito o nosso trabalho, que é bem difícil”, conclui.
Boas práticas – Além do uso da prensa, um conjunto de boas práticas devem ser adotadas para garantir a qualidade do óleo. Antes de serem prensadas, as sementes devem passar por um processo de secagem para reduzir a umidade, pois o excesso de água favorece a degradação e proliferação de microrganismos. Para a secagem, é indicado um secador solar artesanal. O uso da prensa também favorece a obtenção de um óleo de melhor qualidade, além do ganho de tempo. O custo do equipamento gira em torno de 4 mil reais, mas pode ser minorado se a madeira de sua estrutura for coletada na própria comunidade. Originalmente, a prensa artesanal foi projetada para extração de óleo de pracaxi, mas vem sendo testada com sucesso no processamento de outras sementes, entre elas a andirob
Fonte: Embrapa 31/07/2024
Foto: Vinicius Braga
Apícola de árvores nativas do NE
Foto: Eugenia Ribeiro
Uma parceria entre a Embrapa e o Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec) buscará avaliar o potencial de produção de mel de abelhas em espécies arbóreas nativas da Região Nordeste, que podem ter mudas multiplicadas com tecnologia de cultura de tecidos vegetais. As articulações para a participação da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) na parceria vêm sendo mediadas pela Superintendência Federal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em Sergipe (SFA-SE), ao qual a Embrapa é vinculada.
O objetivo é avaliar o desempenho na produção de mel de abelhas das espécies arbóreas nativas de ocorrência na região, no caso do centro de pesquisa sediado em Aracaju, nos Tabuleiros Costeiros, unidade de paisagem da Mata Atlântica. Uma vez validado seu potencial, a ideia é realizar a multiplicação de mudas de alta qualidade por cultura de tecidos em laboratório, tecnologia dominada pela Embrapa. Nessa técnica, partes da planta de origem são coletadas e multiplicadas in vitro, dentro de recipientes de vidro com gel rico em nutrientes, gerando novas mudas livres de doenças e deficiências genéticas.
Devem participar do projeto, pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, a pesquisadora Ana Ledo, especialista em cultura de tecidos vegetais, e pelo SergipeTec o engenheiro florestal especialista em biotecnologia Ronaldo Fernandes Pereira. Eles se reuniram na terça (23) no SergipeTec, em São Cristóvão, SE, para alinhar detalhes da parceria, com a presença do analista do Ministério da Agricultura Luciano Alves.
Para captar recursos para a iniciativa, uma proposta, liderada pelo SergipeTec e tendo a Unidade da Embrapa como coexecutora, deverá ser submetida ao edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da ‘Chamada Pública MCTI/FINEP/FNDCT/Ação Transversal/CT-Agro – 01/2024 – Programa MCTI de Cadeias Socioprodutivas da Agricultura Familiar e Sistemas Agroalimentares Sustentáveis: Desenvolvimento e Fortalecimento de Cadeias Socioprodutivas da Bioeconomia e da Agricultura Familiar Agroecológica para ICTs’, lançado em 10 de julho.
O órgão sergipano tem atuado, ainda, em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), na multiplicação, em suas biofábricas, de espécies frutíferas como o abacaxi.
A Embrapa tem colaborado, também, com a capacitação de estagiários e bolsistas de projetos do SergipeTec na técnica de cultura de tecidos vegetais.
Fonte: Portal Embrapa 31/07/2024
Monitoramento semanal das condições das lavouras
Atualizado em 29 de julho
Algodão – 24,8% colhido. Em MT, a colheita se aproxima de 1/5 da área total. As demais lavouras estão em maturação e as condições gerais são boas. Na BA, as operações de colheita avançam e as lavouras mais tardias, especialmente as irrigadas, têm apresentado melhores rendimentos e qualidade das fibras em relação às primeiras áreas colhidas. Em MS, as condições climáticas estão favoráveis à colheita e à maturação da fibra, principalmente no Centro-Norte, que é a principal região produtora. No MA, cerca de 44% da área foi colhida e as demais lavouras estão em maturação, em boas condições fitossanitárias. Em GO, a colheita atingiu 60% da área total. As operações estão finalizando nos principais polos produtores. A qualidade das fibras é considerada boa nos quesitos espessura, cor e comprimento. No PI, a colheita evolui em bom ritmo e se aproxima de 50% da área total. Em SP, a colheita está concluída.
Feijão 2ª safra – Na BA, as lavoras de feijão cores irrigado estão em enchimento de grãos e demonstram boas
condições, sem danos fitossanitários
Feijão 3ª safra – Em MG, as primeiras áreas começaram a ser colhidas. O clima seco tem favorecido as operações de colheita e a maturação dos grãos. As lavouras mais tardias estão em floração e enchimento de grãos, apresentando bom desenvolvimento sob irrigação suplementar. Em GO, a colheita avançou em várias regiões, destacando-se as operações no Vale do Araguaia. Há lavouras em diversos estágios de desenvolvimento, e as baixas temperaturas registradas no período noturno colaboram para manter reduzidos os níveis de mosca-branca. Na BA, as chuvas esparsas no Nordeste prejudicaram as lavouras, principalmente nas fases de floração e enchimento de grãos. O clima seco e quente também tem favorecido o aumento da infestação de mosca-branca.
Milho 2ª Safra – 86,0% colhido. Em MT, a colheita está praticamente finalizada na região Norte e progride em áreas pontuais do estado. As produtividades se mantêm em patamares superiores às estimativas iniciais. No PR, o tempo seco favoreceu a maturação dos talhões tardios e o avanço da colheita. Em MS, a colheita está evoluindo em todo o estado. Em GO, o ritmo de colheita foi acelerado em função da incidência de ventos fortes, devido ao risco de tombamento de plantas e incêndios. Em SP, a colheita avança em todo o estado. Em MG, a colheita alcança quase metade da área semeada e as produtividades continuam abaixo das estimativas iniciais. No TO, a colheita está próxima da finalização e os rendimentos variam em função, principalmente, da época de semeadura. No MA, a colheita evolui no Sul. No PI, a colheita ocorre em ritmo normal e verificam-se produtividades abaixo das estimadas inicialmente. No PA, a colheita está encerrada nos polos de Redenção e da BR-163. No polo de Santarém, a redução das precipitações tem afetado o potencial produtivo de parte das lavouras semeadas tardiamente.
Inscrições: Contato: Ivonete Teixeira Rasera. / E-mail: [email protected] / Fone: (41) 99925-9214 / ENDEREÇO: Curitiba/PR