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Conab: Boletim Agrometeorológico 

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(Curadoria Agro Insight)

Nas primeiras semanas de fevereiro, o clima continuou favorecendo os cultivos na maior parte do País. O desenvolvimento dos cultivos de verão em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Pará, Rondônia e Matopiba foi beneficiado por bons volumes de chuva, apesar do excesso de precipitações que causou danos pontuais por inundação
e excesso de umidade nas operações de colheita. A semeadura e o desenvolvimento de segunda safra também têm ocorrido sob condições favoráveis de clima nesses estados.
Devido à influência do fenômeno La Niña, precipitações de baixo volume e irregulares persistiram na porção Oeste da região Sul e no Sudoeste de Mato Grosso do Sul. A restrição hídrica e as altas temperaturas têm prejudicado o desenvolvimento cultivos de verão na metade Oeste do Paraná, no Oeste de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. As chuvas ocorridas nos estados do Paraná e Santa Catarina amenizaram a extensão das áreas sob restrição, mas permanece a condição de atenção principalmente nas lavouras em estádios reprodutivos.
O comportamento do índice de vegetação tem expressado o bom desempenho da primeira safra nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e na região do Matopiba. Devido à restrição hídrica, o índice de vegetação da safra atual tem se apresentado inferior comparado às safras anteriores nos estados da região Sul e no Sudoeste de Mato Grosso do Sul.

Monitoramento Agrometeorológico

Durante os primeiros 21 dias de fevereiro, faltou chuva no Sul e houve excessos de
precipitação em áreas do Sudeste, Centro-Oeste e do Matopiba. A atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), caracterizada pela persistência de uma faixa de nuvens praticamente estacionada sobre uma mesma área por pelo menos 4 dias consecutivos, provocando muita chuva na região Centro-Norte do Brasil, e os efeitos do fenômeno La Niña na região Sul, têm sido os principais fatores responsáveis pelo regime pluviométrico no país.
No mapa de precipitação acumulada de 01 e 21/02, nota-se, na região Sul, áreas com volume de chuvas abaixo de 10 mm, predominando acumulados menores de 63 mm. Na metade Sul do Mato Grosso do Sul, as chuvas também ficaram abaixo de 63 mm, assim como, no Sudeste de São Paulo. Por outro lado, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, houve acumulados entre 315 e 525 mm, que chegaram a causar prejuízos pontuais por excesso em lavouras de arroz, milho e soja. No Matopiba, choveu de 63 a 315 mm, com destaque para os maiores índices de chuva registrados em
Tocantins.
Os mapas de precipitação acumulada a cada período de 7 dias mostram que o padrão de atuação das ZCAS e do La Niña se manteve, com poucas chuvas no Sul e excesso delas em regiões pontuais de Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Minas Gerais. De 1 a 07/02, as chuvas foram melhor distribuídas no país. Os maiores índices de chuvas foram observados de 8 a 14/02, ocorrendo uma leve redução das chuvas no último período de monitoramento, mantendo-se o padrão da ZCAS.

A média diária do armazenamento hídrico no solo ficou elevada na maior parte da região Sudeste e Centro Oeste, e abaixo do ideal para o desenvolvimento das lavouras no Sudoeste do Mato Grosso do Sul, Oeste do Paraná e de Santa Catarina e em praticamente todo o Rio Grande do Sul. De forma geral, o volume de chuvas tem sido benéfico para os cultivos de primeira safra e início da segunda safra na região Centro-Norte do território nacional.
Na média diária de armazenamento a cada 7 dias, observa-se uma redução do armazenamento hídrico no solo nas regiões Sul e em Mato Grosso do Sul, afetadas pela falta de chuvas ao longo do período. As temperaturas máximas também estiveram elevadas, contribuindo para a redução da umidade no solo e causando impactos às lavouras. O milho primeira safra e a soja, em floração e enchimento de grãos, foram os mais afetados. O plantio e o início do desenvolvimento do milho segunda safra no Paraná está avançando, apesar da redução do ritmo de semeadura e possíveis falhas no estabelecimento por falta de umidade no solo.

BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS

Boletim de Monitoramento Agrícola, Brasília, v. 11, n. 02, Fev, 2022, p. 1-20.

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Tags: agroclimatologia, clima, Conab, Monitoramento Agrícola

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