As perdas na colheita, com a modernização das máquinas e equipamentos, vêm sendo estimadas em 1%, entretanto, valores de até 2% são considerados toleráveis. Uma alternativa para verificar a dimensão das perdas é observar a quantidade de maçãs fechadas por metro e, nesse caso, número menor do que 1 significa que as perdas são baixas e o produtor pode prosseguir a colheita tranquilamente. Essa avalição deve ser feita 1 ou duas vezes por semana no período de colheita.
A estimativa das perdas de colheita é feita através da amostragem de quanto de capulho está ficando nas plantas após a passagem da máquina em determinada área.
Para avaliar as perdas na lavoura, o procedimento padrão recomendado é avaliar em 10 m. Desse modo, se o espaçamento entre plantas for equivalente a 76 cm:
x = (100/0,76) x100 = 13.157, 89 m lineares em um hectare
Se for obtido 0,068 kg de perdas em 10 m:
x = (0,068 x 13.157,89) / 10 = 89,47 kg ha-1
Para expressar as perdas em arrobas por hectare:
x = 89,47/15= 5,96 @ ha-1
Caso o espaçamento for diferente de 76 cm, bastaria substituir o valor na equação demonstrada acima. A cada 100 hectares, recomenda-se fazer 5 a 10 pontos amostrais, sendo que, quanto mais amostras, maior será a representatividade do valor médio para as perdas.
Em relação aos cuidados durante a colheita, é importante realizar a limpeza do maquinário periodicamente durante o dia após determinado número de hectares ou arrobas colhidas e no final do dia também. Caso não seja possível, deve-se, pelo menos, passar um jato de ar para limpar e preservar a qualidade do produto colhido.
Para diminuir eventuais perdas, é recomendado ajustar as máquinas conforme a especificidade da variedade cultivada. Por exemplo, existem variedades com caules finos e outras com caules mais grossos, portanto, o ajuste do equipamento e da velocidade de operação durante a colheita conforme essa característica é fundamental.
Separar o produto colhido em lotes é outra sugestão. Nesse caso, seria possível separar lotes da bordadura e do meio do talhão, assim como lotes colhidos durante o dia e durante a noite que, conhecidamente, possuem qualidades distintas.
Além disso, recomenda-se que o produtor tenha uma boa capacidade de colheita para evitar que o algodão fique muito tempo aberto no campo perdendo peso. Desse modo, investimentos em maquinário são capazes de diminuir substancialmente as perdas decorrentes de deixar o algodão aberto no campo. Como algumas variedades possuem deiscência elevada, deve-se priorizá-las no momento da colheita.
Recomendam-se alguns cuidados para o transporte do algodão da lavoura até a algodoeira, tais como utilizar caminhão adequado com lona, principalmente, em transportes em longas distâncias, pois a queda de alguns resíduos como sementes podem gerar novas plantas que servem de hospedeiro para o bicudo. A manutenção e a limpeza do caminhão na ida e na volta da algodoeira também é importante para não dispersar sementes e outros resíduos no percurso.
Fonte: Eng. Agr. Luís Henrique Kasuya da Kasuya Inteligência Agronômica. www.kasuya.com.br