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Canola tropical alternativa para o Cerrado

Canola tropical

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(Curadoria Agro Insight)

Atualmente, a canola é uma cultura tipicamente de regiões frias, sendo cultivada principalmente nos estados da Região Sul. Entretanto, a Embrapa trabalha para viabilizar o seu cultivo no Cerrado, como forma de diminuir a dependência externa – vem aí a canola tropical.

1. Embrapa e multinacional Advanta-UPL se aproximam para levar a canola ao Cerrado

A fim de acelerar a tropicalização da canola, especialistas da Embrapa Agroenergia e da Advanta-UPL debateram no dia 15 de fevereiro possíveis trabalhos de PD&I em conjunto. “Temos uma imensa oportunidade de levar a canola, hoje restrita à região Sul do Brasil, ao Cerrado, e até adentrar regiões do Nordeste”, ressaltou o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso. Pela multinacional, estiveram presentes o CEO da Advanta-UPL mundial, Bhupen Dubey, e o CEO da UPL Brasil, Rogério Castro, além de técnicos da área.

“A Advanta possui décadas de experiência em pesquisas com canola. Uma parceria com a Embrapa pode acelerar o desenvolvimento da cultura para o clima tropical”, declarou o chefe-ajdunto de P&D da Unidade, Bruno Laviola. “Ainda não conhecemos todo o potencial que a canola brasileira possui, mas imaginamos que ela possa ter o mesmo sucesso da soja na região dos trópicos”, disse o gestor, ressaltando que a cultura pode se tornar uma excelente opção para as chamadas safrinhas, colhidas entre as safras de soja.

Desafios para a canola tropical

Para que o Brasil leve a oleaginosa ao Cerrado é necessário responder a importantes desafios como o desenvolvimento de novas cultivares resistentes ao alumínio, elemento tóxico presente nas camadas inferiores do solo do bioma. Foi o que apresentou o pesquisador Maurício Antônio Lopes, durante o encontro.

Lopes, que presidiu a Embrapa de 2012 a 2018, apresentou o projeto “Tropicalização da canola no Brasil”, que pretende estabelecer uma produção comercial em curto prazo da oleaginosa e, no médio e longo prazo, gerar condições para um sistema produtivo robusto da cultura no bioma.

Ele destacou a importância do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para o sucesso das culturas no Brasil e citou o Zarc da Canola, atualizado em 2021. Apresentou também o aplicativo Mais Canola, que auxilia o produtor e é atualizado automaticamente seguindo o Zarc.

“Nos anos da safra 2021/2022, tivemos cerca de 40 milhões de hectares plantados de soja. Estimamos que, se tivermos entre 10% e 20% dessa área com safrinha de canola, serão entre quatro e oito milhões de hectares com a nova cultura”, apresentou Lopes. Ele ressaltou que a canola melhora as condições do solo e ajuda a controlar a incidência de nematoides, problema causador de grandes prejuízos à soja brasileira.

Laviola relatou que as primeiras experiências com canola deixaram os produtores bem animados, uma vez que a rentabilidade foi próxima à da soja. “Entre as várias aplicações da canola estão a alimentação humana e o biocombustível. Além disso, seu farelo é interessante para a alimentação animal, tanto de ruminantes como monogástricos”, citou. Segundo o gestor, a canola é a terceira oleaginosa mais cultivada no mundo, atrás do dendê e da soja.

“O Brasil ainda não produz toda a canola consumida aqui, uma futura produção na área tropical reduziria essa dependência de importações”, avaliou Laviola ao afirmar que Embrapa, Advanta-UPL e Orígeno seguem agora para o estabelecimento de uma cooperação técnica para PD&I. “O objetivo é apoiar a expansão dessa cadeia de valor no Brasil. Acreditamos que essa parceria será fundamental para impulsionar a produção de canola no País, oferecendo uma opção de diversificação para agricultores e indústrias alimentícias, de nutrição animal e de biocombustíveis”, informou.

O chefe-adjunto prevê também que o aumento da produção do óleo de canola colocará o Brasil em posição ainda mais forte no mercado de energia renovável. “Isso permitirá ampliar em bases sustentáveis a produção de biodiesel, diesel verde e combustíveis sustentáveis de aviação (SAF). Estamos bastante animados com as possibilidades que essa parceria pode trazer à cadeia produtiva da canola no Brasil”, frisou Laviola.

2. Sistema de produção da canola

Escolha de área para canola

A canola requer solos bem drenados, sem compactação, sem resíduos de determinados herbicidas, ser livre de doenças como a canela-preta (causada pelo fungo Leptosphaeria maculans/Phoma lingam) e a esclerotínia (Sclerotinia sclerotiorum), e não deve apresentar infestação de nabiça (Raphanus raphanistrum). O pH do solo deve ser preferencialmente superior a 5,5 (o pH ideal é 6,0) e o nível de fertilidade deve ser médio ou elevado.

O planejamento da inserção do cultivo de canola no sistema de produção e a escolha de área mais adequada de cada propriedade contribuem de maneira decisiva para o sucesso do cultivo de canola. A seguir, são detalhados critérios para a escolha de áreas destinadas à semeadura de canola, visando aumentar o potencial de rendimento e o rendimento econômico.

Distância de lavouras de canola infectada com canela-preta na safra anterior

A canela-preta, doença causada pelo fungo Leptosphaeria maculans, pode causar grandes prejuízos à canola. Sua ocorrência depende de inóculo que permanece em restos culturais. A resteva de canola, especialmente da última safra, libera ascosporos, que, levados pelo vento a distâncias de até 8 km, infectam as lavouras, logo após a emergência, causando a morte de plantas.

A distância entre a lavoura e onde existia canola infectada por canela-preta na última safra é mais importante do que o número de anos desde o último cultivo de canola na área. Pesquisa realizada na Austrália (tabela 1) indica que é importante evitar a semeadura de canola em lavoura situada a menos de 1 km da área em que havia, na safra anterior, canola infectada com canela-preta.

Tabela 1. Redução no rendimento de grãos e severidade da canela-preta em função da distância dos resíduos de canola da safra anterior.

Distância da resteva de canola da safra anterior (m) Severidade da doença
(% de plantas com mais de 80% de cancros internos)
Redução no rendimento de grãos de canola (%)
Menos que 100 27 19
100 – 200 16 18
700 13 4
1.000 8 6

Fonte: Blackleg; The stubble connection. Austrália, 2000.

Herbicidas aplicados nos cultivos de soja ou milho, antecedendo canola

Preferencialmente deve-se semear canola em sequência ao cultivo de soja resistente a glifosate, pois nesta condição é menor o risco de efeito prejudicial de herbicidas aplicados em culturas anteriores. O risco de fitotoxicidade às plantas de canola, é maior em anos com pouca chuva entre a época de aplicação dos herbicidas em soja e milho e a semeadura de canola, pois nessas condições a degradação dos herbicidas é mais lenta.

São limitadas as informações sobre o tempo necessário para a decomposição de herbicidas usados em culturas de verão, para que não ocorram danos à canola. Como base, usar os estudos realizados no Estado do Paraná e nos EUA (tabela 2). Observação em lavouras do Rio Grande do Sul sugere que o efeito residual do herbicida Diclosulan pode ser maior que aquele causado pelos do herbicida Imazaquim.

Tabela 2. Período máximo do efeito residual de herbicidas utilizados em soja e milho que podem causar prejuízos à cultura de canola, observado nos estados da Georgia (EUA) e do Paraná.

Herbicida Meses entre a aplicação e a
semeadura da canola(1)
Ingrediente ativo Nome comercial Georgia (EUA) Paraná(2)
Atrazina Gesaprim, Primatop, etc 12
Cyanazina Bladex 12
Diclosulan Spider 15(3)
Flumetsulan Scorpion 15
Fomesafen Flex 6
Imazaquin Scepter, Topgun 18 15
Imazethaphyr Pivot, Vezir 15
Metribuzin Lexone, Sencor , Duplex 12

(1) Intervalo máximo após a aplicação de herbicida no qual foi observada fitotoxicidade em canola.
(2) Fonte: Dorival Vicente, 1993. OCEPAR Pesquisa.
(3) Comunicação pessoal Dr. Leandro Vargas, especialista em controle de plantas daninhas, pesquisador da Embrapa Trigo, a Gilberto Omar Tomm, por e-mail, em 14 nov 2012.

Área livre de pragas de solo

Evitar a semeadura de canola em áreas infestadas com corós e outras pragas de solo.

As lavouras de canola ocupam um pequeno percentual da área disponível para produção de grãos do Sul do Brasil. Utiliza-se apenas 40 plantas/m2, e a perda de plantas, pelo dano de insetos de solo, pode causar grande redução no rendimento da lavoura. Não existem resultados de pesquisa na região sobre o controle químico dessas pragas em canola. Portanto, sempre que possível, evitar o cultivo de canola em áreas com mais de 5 corós (Diloboderus abderus)/m2, grilo-marrom (Anurogryllus muticus) ou outras pragas de solo.

Fertilidade de solo

Dar preferência a áreas de solo fértil e aplicar fertilizantes de acordo com a análise de solo.

Em áreas sob plantio direto, coletar amostras compostas em duas profundidades: 0 a 10 cm e 10 a 20 cm. Sob preparo convencional de solo, coletar as amostras de 0 a 20 cm de profundidade. A análise de solo de 10 a 20 cm é importante para conhecer o pH do solo, que para a canola deve situar-se entre 5,5 e 6,0, já que este atributo é relevante para o desenvolvimento da canola.

Rotação de culturas

A canola só deve retornar à mesma área após dois anos.

  • Optar pela rotação de canola com culturas de outras famílias (o nabo forrageiro também é da família das brassicaceas) para controle de doenças, como a canela-preta e a esclerotínia.
  • Controlar plantas daninhas, especialmente a nabiça, e plantas voluntárias de canola nas safras em que a canola não é cultivada.
  • Planejar a rotação lembrando que se deve esperar 20 dias entre a colheita de canola e a semeadura de soja ou de milho.
  • Na sequência, empregar culturas que aproveitem os benefícios da canola: grande disponibilidade de nitrogênio no solo e a tendência de reduzir a severidade de doenças causadas por fungos que sobrevivem em restos culturais de milho e de trigo cultivados, respectivamente, no verão e inverno a seguir.
  • Durante o cultivo de canola é interessante reduzir a infestação com gramíneas, como azevém e aveias, pois há herbicidas de menor custo do que aqueles para controlar estas espécies em cultivos de trigo e outros cereais de inverno.
  • Adotar, sempre que possível, a seguinte sequência de culturas: soja – canola – milho – trigo, por apresentar diversas vantagens no controle de doenças, melhor eficiência de uso de nutrientes, especialmente o nitrogênio proveniente da rápida decomposição da biomassa de canola, e facilidade de semeadura, contribuindo para o aumento da lucratividade.

Para reduzir os riscos de insucesso, escolher áreas que possuem solo de elevada fertilidade, baixa ou nenhuma infestação de plantas daninhas de folhas largas, localizada a mais de 1.000 m de distância de lavoura onde havia canola infectada com a doença fúngica canela-preta, e apresente baixa ou nenhuma infestação de pragas de solo.

Zoneamento agrícola de risco climático e épocas de semeadura

O ambiente de cultivo da canola

A definição de locais e épocas de semeadura para canola no Brasil foi resultante de dois critérios: necessidades da espécie e disponibilidade de recursos do ambiente. Com base nesse confronto de informações, foram quantificados os riscos climáticos associados à cultura, posicionando-a nos locais com aptidão e em épocas de semeadura mais favoráveis para o cultivo dessa oleaginosa. Ou seja, com essa estratégia, buscou-se a minimização dos riscos de perdas no rendimento de grãos em canola em função de adversidades meteorológicas e/ou ambientais.

A canola é uma espécie de clima temperado/frio que se desenvolve melhor em locais com temperaturas do ar amenas, entre 13,0 e 22,0 ºC, no período vegetativo, e, ao redor de 20,0 ºC, considerando-se todo o ciclo. A temperatura base, abaixo da qual, teoricamente, o crescimento é mínimo ou não ocorre, é de 5,0 ºC.

A geada é o fenômeno meteorológico mais prejudicial à canola no estádio de plântula, podendo também causar prejuízos se ocorrer durante o florescimento, com comprometimento parcial ou total da produção da lavoura. No estádio de plântula, os danos acontecem quando a temperatura do ar, no abrigo meteorológico, atinge 0,0 ºC, que pode corresponder a uma temperatura de -3,0 ºC a -4,0 ºC, na superfície do solo. O dano é mais severo, com morte de plantas, quando a geada ocorre sem um período de frio(pelo menos três dias) anterior a mesma, que é chamado de aclimatação. A aclimatação torna as plantas de canola mais tolerantes à geada, reduzindo ou até evitando os danos, dependendo da intensidade da geada.

Evitar a geada na floração é outra estratégia importante, que deve ser levada em conta na definição da época de semeadura e na escolha de áreas preferenciais para cultivo da canola, tanto em escala de propriedade rural como regionalmente. Na floração da canola, a geada causa abortamento de flores e de síliquas em inicio de desenvolvimento. Sendo que os prejuízos são maiores quando a geada ocorre no fim da floração e no inicio de enchimento dos grãos, pois é menor a chance das plantas emitirem novas hastes laterais com vistas à compensação da perda causada. No entanto, a emissão de novas hastes para compensar perdas tem como consequência maior desuniformidade na maturação das síliquas na colheita, aumentando as chances de perdas diretas no campo, pelas síliquas que maturaram primeiro, e perdas indiretas na qualidade dos grãos colhidos, devido a mistura de grãos maduros e verdes.

Para reduzir danos causados por geada em qualquer estádio do ciclo da cultura, deve-se evitar a semeadura de canola em locais propensos ao acúmulo de massas de ar frio, como áreas de baixada, áreas com fluxo preferencial de ar frio e/ou com estruturas que represem o escoamento de ar, bem como na proximidade de matas fechadas. Deve-se priorizar áreas que permitam o escoamento natural do ar frio (não acumulam ar frio) e aquelas com exposição Norte (maior incidência de radiação solar).

Durante a floração da canola, a temperatura do ar acima de 27,0 ºC pode causar abortamento de flores e síliquas em início de formação. Por isso é conveniente que se evite semeaduras em épocas tardias e locais que com temperatura do ar elevada nesse período do ciclo da cultura.

Com relação à necessidade hídrica, as melhores áreas e épocas preferenciais de semeadura da canola são aquelas com disponibilidade de água entre 312 mm a 500 mm, durante o ciclo. Locais e épocas de semeadura sujeitos a déficit hídrico durante o florescimento devem ser evitados, em função de perdas severas de rendimento de grãos e no conteúdo percentual de óleo nos grãos. Especialmente, se o déficit hídrico ocorrer em conjunto com temperatura do ar elevada (acima de 27,0 ºC). Por outro lado, o excesso hídrico diminui o rendimento de grãos pela redução no número de síliquas por planta e no número de grãos por síliqua. Cabe destacar, que excesso hídrico é condição normal durante grande parte do período que se cultiva canola na região Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul (RS).

No Sul do Brasil, os solos com grande probabilidade de encharcamento durante o ciclo de cultivo da canola, como é o caso de áreas de baixada e de várzeas, devem ser evitados. Nas áreas de acúmulo de umidade (“bacias”), frequentemente encontradas na metade sul do RS, mesmo em áreas de coxilha, as perdas baixam o rendimento médio de grãos das lavouras. A canola não tolera solo encharcado, como é comum acontecer no Sul do País, durante a estação de crescimento da safra de inverno, por períodos prolongados. Portanto, a semeadura desse tipo de área deve ser evitada.

Outros fatores adversos à cultura da canola, como precipitações pluviais intensas e ventos fortes quando as síliquas estão fisiologicamente maduras, também podem causar redução do rendimento de grãos, devido a debulha das síliquas, que, em geral, possuem elevada deiscência natural. Para reduzir esse tipo de prejuízo, existem estratégias de manejo, como a antecipação de colheita direta, aplicação de substâncias que diminuem a deiscência das síliquas ou a tecnologia do corte-enleiramento, que visam à minimização de perdas na colheita.

Locais e épocas indicadas para semeadura da canola

A escolha de locais e épocas para semeadura da canola, como estratégia de manejo de cultivo, deve seguir os indicativos do Zoneamento Agrícola de Risco Climático, cujas portarias são anualmente publicadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Adicionalmente, outros pontos podem ser considerados para definir os melhores locais e épocas para semear canola, especialmente no Rio Grande do Sul, que é o principal estado produtor e conta com avanços significativos em pesquisa com essa cultura. Não há impedimento que esses e outros pontos sejam analisados por profissionais responsáveis pela prestação de assistência técnica aos agricultores, com o objetivo de subsidiar a tomada de decisão.

Há redução da área indicada para cultivo de canola no Rio Grande do Sul, a partir de 15 de abril até 25 de junho, independente do ciclo do genótipo utilizado. A limitação de área é maior para os genótipos de ciclo mais longo, comparado aos de ciclo precoce. A canola apresenta maior potencial de rendimento de grãos quando semeada no início da época indicada, ocorrendo redução de rendimento de grãos com o atraso da semeadura a partir de meados de abril (TOMM et al., 2004).

Para as regiões de maior altitude, especialmente aquelas do extremo nordeste do Rio Grande do Sul, caso dos Campos de Cima da Serra, a semeadura da canola é limitada pelo aumento progressivo do risco de geada. Em outras regiões, como no extremo oeste do estado, a limitação de cultivo, a partir do segundo ou terceiro decêndios de maio é pela ocorrência de deficiência hídrica e de temperaturas do ar elevadas na floração, principalmente a partir de agosto. Nesse caso, a limitação é maior para os solos com baixa retenção de água do que para os solos mais profundos, uma vez que a interação entre déficit hídrico e temperatura do ar elevada pode amplificar o dano causado.

Considerando-se o Rio Grande do Sul como referência, observa-se que as regiões leste e sudeste possuem os períodos de indicação de cultivo mais longo, devido a temperatura do ar ser mais amena do que nas outras regiões, que ameniza o déficit hídrico, além de serem, regiões com precipitação pluvial elevadas. Entretanto, parte dessa área, principalmente na região Serrana, apresenta solos pouco profundos, podendo dificultar o cultivo de canola, uma vez que a espécie se desenvolve melhor em solos sem limitações de profundidade.

De acordo com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático para o Rio Grande do Sul, os híbridos de ciclo precoce apresentam períodos mais longos para a semeadura, enquanto que híbridos de ciclo tardio têm os períodos mais curtos. Por isto, aqueles de ciclos mais longos devem ser semeados primeiro, seguidos pelos híbridos de ciclo mais precoce, pois os tardios apresentam desenvolvimento mais lento do que os precoces, facilitando a emissão de novas flores caso atingidos por geada na floração. Como os híbridos de ciclo precoce apresentam menor tempo de duração da floração, em caso de geada nesse período do ciclo, a semeadura tardia faz com que a floração ocorra em época com menor risco de ocorrência de frio intenso e abortamento de flores.

Para os demais estados do País em que a canola pode ser cultivada, segundo o Zoneamento Agrícola de Risco Climático do MAPA, particularmente naqueles que a temperatura baixa do ar não é problema (não há ocorrência de geadas), a deficiência hídrica no solo e a temperatura do ar elevada são os principais problemas de natureza ambiental/meteorológica para a cultura da canola. No entanto, a dimensão de impactos destes fatores, especialmente em regiões de clima tipicamente subtropical e tropical, ainda carece de estudos adicionais.

BIBLIOGRAFIA E LINS RELACIONADOS

Tomm, G.O. Cultivo de Canola: Escolha de área para canola. Sistemas de Produção 3, 2ª edição, Embrapa Trigo. Fev., 2014.

Pasinato, A., Santi, A., Dalmago, G.A.; Tomm, G.O.; Cunha, G.R. Cultivo de Canola: Zoneamento agrícola de risco climático e épocas de semeadura. Sistemas de Produção 3, 2ª edição, Embrapa Trigo. Fev., 2014.

Embrapa/Notícias – Embrapa e multinacional Advanta-UPL se aproximam para levar a canola ao Cerrado. Fevereiro de 2023.

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Tags: Canola, cerrado, colza, tropical

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