A palavra “hedge” pode ser entendida, em sua tradução literal, como “cobertura” ou “proteção”. A operação de hedge tem por finalidade proteger o valor de um ativo contra uma possível flutuação de preço em data futura ou, ainda, assegurar o preço de uma dívida a ser paga no futuro.
Quase todos os tipos de ativo da economia podem ter seu valor protegido por operações de hedge. Os modelos mais comuns de hedge são aqueles que utilizam derivativos transacionados em mercado, como contratos futuros, opções e contratos a termo.
A estratégia de proteção contra oscilações inesperadas nos preços é utilizada há muito tempo. No início século XIX, no mercado de commodities agrícolas de Chicago, os produtores e criadores de gados levavam suas mercadorias à zona urbana a fim de comercializá-las. Entretanto, os produtores receavam que uma grande oferta simultânea de produtos semelhantes reduziria o seu preço de venda, devido a efeitos de concorrência entre os produtores.
Assim, tornou-se prática comum entre os produtores a comercialização dos produtos antes mesmo de leva-los à cidade, na forma de promessas firmes de compra e venda em data futura. Este método foi se aperfeiçoando e deu origem aos tão comuns e sofisticados contratos derivativos.
O mecanismo de hedge é normalmente utilizado por empresas e indivíduos que adquirem ou vendem qualquer tipo de commodities agrícola, com a finalidade de proteger o preço de comercialização contra possíveis oscilações. A fixação do preço de comercialização em data prévia possibilita que tais empresas e indivíduos planejem suas operações e possam estimar, com maior previsibilidade, a sua expectativa de lucro futuro.
Nesse sentido, pode-se entender as operações de hedge como mecanismos pelos quais os agentes econômicos se protegem contra eventos indesejados e imprevisíveis que podem afetar sua riqueza. Diversos riscos podem ser mitigados ou prevenidos por meio de estratégias de hedge, como, por exemplo, o risco de preço, o risco de crédito (também chamado de risco de contraparte), o risco de câmbio, o risco de taxa de juros, o risco de liquidez, e até mesmo riscos meteorológicos ou climáticos que podem afetar empreendimentos agrícolas.