(Curadoria Agro Insight)
Hoje, a curadoria Agro Insight traz um panorama da safra das culturas do Algodão, do Arroz, do Milho e da Soja. O levantamento faz parte do Boletim da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Resumo
As boas produtividades verificadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) têm permitido uma expectativa de produção de 313,9 milhões de toneladas na safra 2022/23. É o que revela o 8º Levantamento da atual temporada publicado nesta quinta-feira (11) pela estatal. Se confirmado, o volume representa um crescimento de 15,2% em relação à 2021/22, o que representa cerca 41,4 milhões de toneladas a mais, estabelecendo um novo recorde na série histórica.
O desempenho médio estimado nas lavouras do país também tende a ser o melhor já registrado, sendo projetado a 4.048 quilos por hectare, e ultrapassa a média estimada do ano safra 2016/17. “Esse rendimento é atingido mesmo em um ano-safra sob influência do fenômeno La Niña, sobretudo no início da safra, mas em uma menor escala. Se compararmos com safra passada, o clima adverso teve impacto no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e parte do Mato Grosso do Sul. Já neste ciclo os efeitos foram mais concentrados no estado gaúcho”, analisa o gerente de Acompanhamento de Safras, Fabiano Vasconcellos. Aliado às boas produtividades do campo, a área também deve apresentar incremento de 4%, podendo chegar a 77,5 milhões de hectares.
Importante cultura na 2ª safra, o milho tem uma produção total estimada em 125,5 milhões de toneladas, alta de 12,4 milhões de toneladas acima da safra 2021/22. Na primeira safra do grão, semeada em uma área de 4,4 milhões de hectares e com a colheita finalizada, o volume de produção atingiu cerca 27 milhões de toneladas, 8,1% acima da safra anterior mesmo com os problemas climáticos registrados no Rio Grande do Sul. Já para a segunda safra é esperado uma colheita de 96,1 milhões de toneladas. A cultura já está semeada e cerca de 74,4% das lavouras se encontram em floração e enchimento de grãos. “Nesses estágios, o clima ainda é um fator preponderante e a Conab irá acompanhar o desenvolvimento da cultura”, pondera Vasconcellos.
Já para o arroz, a produção estimada para a safra 2022/23 é de 9,94 milhões de toneladas, resultado da queda na área destinada ao produto, sobretudo no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão.
Para a soja, a estimativa é de uma produção recorde em 154,8 milhões de toneladas, volume 23,3% superior à safra passada, resultado da melhora das produtividades e maior área plantada. Cenário semelhante encontrado para a cultura do algodão. O incremento de área aliado às condições climáticas que vêm favorecendo as lavouras, permite uma estimativa de produção de cerca 2,9 milhões de toneladas de pluma, elevação de 13,6% em relação à safra passada.
Mercado – As boas perspectivas na colheita de soja no país influenciam nas vendas da oleaginosa para o mercado externo. Com a previsão de uma produção recorde, as exportações também devem atingir os maiores patamares já registrados. A estimativa de embarque é de cerca de 95 milhões de toneladas do grão. O óleo e o farelo de soja também possuem perspectivas positivas, sendo projetadas um envio ao mercado internacional de 2,6 milhões de toneladas e 20,66 milhões de toneladas, respectivamente.
Para o milho, o aumento da produção brasileira, alinhada à maior demanda internacional, deverão elevar o volume de exportações do grão em 2023. Neste 8º levantamento, a Conab estima que 48 milhões de toneladas sairão do país via portos. Já sobre a demanda doméstica, a expectativa é que 79,3 milhões de toneladas do cereal da safra 2022/23 deverão ser consumidas internamente ao longo do ano, ou seja, um aumento de 6,5%, comparativamente à safra anterior. Ainda assim, é esperado um incremento nos estoques de passagem do grão de 1,1%, projetado em 8,2 milhões de toneladas.
Algodão
Mato Grosso: o volume de chuvas, associado à temperatura mediana no decorrer da noite e do dia, mostraram-se propícios para o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da cultura de primeira e segunda safras. As precipitações pluviométricas sucedidas em abril foram suficientes para manter a umidade no solo.O manejo nas lavouras foi concentrado no controle das pragas relevantes do algodoeiro, como o bicudo, lagartas spodoptera, mosca-branca, pulgões e ácaros. Desta forma, as lavouras de algodão têm apresentado vigor adequado na estrutura vegetal da planta, o que reforça as expectativas de um bom rendimento de pluma. Há necessidade de chuvas nas lavouras que foram semeadas fora do período ideal da janela de plantio, mesmo que de baixa intensidade, para completar integralmente a fase de formação de maçãs.
Bahia: na safra atual, houve incremento nas áreas de lavouras de algodão em virtude da abertura de novas áreas na região oeste. Há uma expectativa no aumento de produtividade em relação à safra anterior devido às condições climáticas adequadas, até o momento. Em abril, foram registradas poucas precipitações na segunda quinzena do mês, o que sinaliza o fim da estação chuvosa e o início da estação seca. As lavouras de algodão não sofreram danos com a redução das chuvas, com a maioria das lavouras de sequeiro em fase final de formação das maçãs e as irrigadas em fase de florescimento e em plena formação das maçãs. A redução das chuvas com o aumento da luminosidade e a redução das temperaturas noturnas favorecem o desenvolvimento e sanidade das plantas. As áreas em manejo de sequeiro estão com 78% cultivadas e 22% no manejo irrigado. Em algumas áreas foi observado o surgimento de mofo-branco em virtude de microclima úmido gerado pelo excesso de umidade.
Goiás: em abril, bons volumes de precipitação foram suficientes para manter a umidade do solo em boas condições para os cultivos de segunda safra. Apesar das chuvas excessivas, que ocorreram entre janeiro e fevereiro, as lavouras,de maneira geral,encontram-se em condições regulares,entretanto houve uma redução na produtividade em relação ao levantamento anterior. No sudoeste goiano, algumas lavouras de algodão iniciaram a abertura dos primeiros capulhos, mas a maioria ainda está em formação de maçãs. As condições fitossanitárias das lavouras são boas, sem relatos de ataques severos de pragas ou doenças. No Leste goiano, as lavouras de algodão semeadas em dezembro estão, em sua maioria, em formação de maçãs, com uma pequena parte iniciando a maturação. As lavouras semeadas em janeiro estão na fase final de florescimento. Ambas estão se desenvolvendo bem e não apresentam maiores problemas com relação às condições climáticas, pragas e doenças.
Mato Grosso do Sul: iniciou-se a colheita das lavouras no estado. Houve o aumento de área em relação à safra passada, pois novas áreas destinadas à cotonicultura foram localizadas. A ocorrência de chuvas acima do normal na principal região produtora garantiu umidade adequada ao desenvolvimento das plantas, mas também favoreceu a ocorrência de manchas foliares ocasionadas por fungos, como a mancha-de-alternaria ou pinta-preta (Alternaria alternata). Há preocupação nos talhões que se aproximam da maturação quanto ao apodrecimento de maçãs devido à alta umidade presente. Os produtores estão reforçando as aplicações de fungicidas, e segue o manejo integrado para controle do bicudo-do-algodoeiro e demais pragas, com destaque para os afídeos, que tendem a apresentar aumento populacional na atual fase dos cultivos, evitando danos produtivos relevantes. Apesar das dificuldades impostas pela presença de umidade acima da média, há expectativa de boa produtividade para o algodão.
Maranhão: nos municípios de Balsas e Tasso Fragoso, na região sul do estado, as lavouras da primeira safra de algodão se encontram em boas condições, em formação de maçãs. As lavouras necessitam de, pelo menos, mais uma chuva para obtenção de boa produtividade. A área de plantio da primeira safra de algodão aumentou em relação à safra passada. A produtividade média esperada é a mesma obtida na safra anterior. Em Balsas, no sul do estado, a semeadura da segunda safra de algodão ocorreu na primeira quinzena de fevereiro de 2023 devido ao atraso na colheita da soja. As lavouras se encontram em boas condições, em média, no estádio F6, em floração e formação de maçãs. O encurtamento da janela de plantio ideal da segunda safra do algodão reduziu a área de plantio em relação à safra 2021/22. A produtividade é próxima da safra passada.
Minas Gerais: as lavouras de algodão, de maneira geral, tanto de primeira quanto de segunda safra, apresentam bom desenvolvimento. Após a conclusão da semeadura, houve um ajuste na área estimada no estado, pois, produtores que cultivam o algodão em sucessão à soja, optaram por não semear nesta safra devido ao atraso da colheita da oleaginosa,ultrapassando a janela recomendada de plantio do algodão. As lavouras mais precoces da primeira safra iniciam a fase de maturação, com a abertura dos capulhos do terço superior das plantas e com previsão de início de colheita a partir do final de maio. Por outro lado, as lavouras mais tardias ainda estão finalizando a formação das maçãs do terço superior e deverão entrar em maturação no decorrer das próximas semanas.
Paraíba: atéabril,somente 23,5% daintençãototaldeplantiofoiefetivamente semeada devido à baixa precipitação. O aumento da pluviosidade na segunda quinzena do mês passado estimulou o preparo do solo e o plantio logo no início de abril, com a semeadura se concentrando nos municípios com influência das chuvas do litoral. Somada à estabilização das chuvas no litoral, as condições das lavouras estão de boas a regulares. Ao contrário do ocorrido na safra 2021/22, não se verificou a ocorrência de veranicos no sertão do estado. Quanto às fases fenológicas, a cultura se encontra em emergência e, principalmente, em desenvolvimento vegetativo.
Paraná: as condições climáticas mais secas das últimas semanas estão beneficiando a cultura, em especial, devido à necessidade de clima mais seco para a abertura dos capulhos e conservação da qualidade da pluma. Assim, o clima em março e abril, associado aos bons níveis de água no solo, tem sido favorável à cultura que, de modo geral, encontra-se em boas condições e com boa expectativa de produtividade. As lavouras se encontram em maturação. Estima-se que a colheita seja iniciada no início de maio, finalizando em junho.
Rio Grande do Norte: abril encerrou com boas precipitações pluviais na maior parte do estado, o que favoreceu o plantio e o desenvolvimento da cultura no campo. Na segunda quinzena do mês houve um período de 10 dias de estiagem, que preocupou muitos agricultores do estado, mas no final de abril as chuvas retornaram em bons volumes, diminuindo as elevadas temperaturas e aumentando a reserva de água no solo. A maior parte da cultura está na fase vegetativa, nos estádios entre V2 e V5, e o restante estão no estádio de botão floral, entre B1 e B3. A maior parte da cultura apresenta-se no campo pouco desenvolvida e com sinais de deficiência de nutrientes, talvez pelo fato de ainda não terem recebido nenhuma aplicação de biofertilizante e pela leve estiagem na fase inicial. As lavouras em estádio de botão floral estão em melhores condições.
Tocantins: as lavouras entraram em fase de formação de maçãs e estão em boas condições de desenvolvimento, mesmo com períodos de estiagem mais prolongados. Há aumento da área semeada em relação à safra passada, pois, durante as visitas em campo, foram contabilizadas áreas não identificadas anteriormente.
São Paulo: a área e a produtividade foram ajustadas, sendo maiores em relação à safra passada. A colheita iniciou no estado, porém as chuvas recentes dificultaram o processo. As lavouras estão em maturação, na sua maioria.
Ceará: o bom regime de chuvas beneficiou o desenvolvimento da cultura, entretanto algumas áreas sofreram com o excesso de chuvas e alagamentos. As áreas de algodão de sequeiro estão todas semeadas. As condições das lavouras estão boas, sem ataques de pragas e doenças, que tenham gerado perdas significativas nas lavouras.
Piauí: na safra atual, foi confirmada a área de aproximadamente 16,2 mil hectares. A ocorrência de chuvas, em praticamente todo o estado, está sendo determinante para o bom desenvolvimento das lavouras e à expectativa de boa produtividade da cultura. As lavouras se encontram, em sua maioria, em formação de maçãs e uma pequena parte na fase de maturação. No geral, as lavouras estão com boa condição de desenvolvimento devido aos índices pluviométricos ocorridos no estado.
Rondônia: o regime de chuvas, ocorrendo normalmente, favorece o desenvolvimento vegetativo da cultura. As adversidades climáticas que podem levar ao insucesso da lavoura, se ocorrerem, seriam os veranicos ou a interrupção das chuvas entre abril e maio, durante o desenvolvimento reprodutivo das plantas e ao excesso de chuvas na colheita, que geralmente não ocorre para o algodão segunda safra. As lavouras se apresentam em condições normais, em franco desenvolvimento, já iniciando as primeiras fases do processo reprodutivo, com a formação dos capulhos.
Oferta e demanada
Após o levantamento de campo, safra 2022/23, constatou-se que a produção de pluma de algodão deva atingir 2,9 milhões de toneladas, aumento de 6,1% em relação ao levantamento anterior e 13,6% em relação à safra 2021/22.
Esse valor é justificado pelo aumento de área, ganho de produtividade em virtude da melhora das tecnologias, clima favorável à lavoura na maioria das regiões produtoras e baixas ocorrências de pragas. Porém, diante de uma economia interna e externa ainda operando abaixo da média histórica de crescimento, a demanda pela fibra de algodão tem caído e seus preços também. Essa maior oferta de algodão pode vir a aumentar a pressão sobre os preços.
De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), em abril de 2023, foram exportadas 60,9 mil toneladas de algodão, totalizando 303,9 mil toneladas. No acumulado do ano, o volume está 55,8% menor, comparando-se ao primeiro quadrimestre de 2022. Diante desse fraco desempenho e com base nas informações da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea), o volume das exportações brasileiras foi revisto para 1,71 milhão de toneladas, valor menor que o previsto anteriormente. Isto é reflexo da fraca demanda chinesa e das consequências do terremoto na Turquia. Mesmo diante de fatores adversos, o setor tem procurado ampliar as suas exportações, conquistando novos mercados e melhorando a qualidade do produto.
O mercado interno de algodão tem sofrido bastante o reflexo da crise econômica externa e interna. Embora haja medida necessária para combater a inflação, como a elevação das taxas de juros, isso tem inviabilizado o consumo e provocado retração da demanda pela pluma. A expectativa é de que o consumo interno seja de 720 mil toneladas. Assim, com a previsão de aumento da safra, menor desempenho das exportações e o fraco desempenho do consumo interno, os estoques finais devem subir 32,9% em relação à safra anterior, ficando em 1.912 mil toneladas.
Arroz
A colheita avança, e está quase finalizada nas principais áreas produtoras do país e já atinge mais de 90% da área nacional. Destaque na operação de colheita em Santa Catarina e Goiás, onde já foi concluída, além do Tocantins e Rio Grande do Sul, quase finalizada, enquanto que no Maranhão opera com mais de 70% dos grãos colhidos.
Quanto às condições climáticas, verificou-se ainda regiões com excesso de chuvas, nas quais afetou a operacionalização do manejo da cultura, além de incidência de doenças ou plantas daninhas nas lavouras já estabelecidas e em desenvolvimento fenológico. Também foi significativo as áreas com variações na radiação solar, com influência no desenvolvimento da cultura.
Destaque para a redução de área principalmente devido a custos de produção elevados e substituição de cultivo, como milho e soja.
A área de arroz irrigado foi estimada em 1.176,5 mil hectares. Quanto ao arroz de sequeiro, houve uma redução de área em 7,5% em relação à safra 2021/22, estimada em 292,3 mil hectares.
Rio Grande do Sul: a colheita do arroz irrigado está quase concluída. Com 99% da área colhida, a variação de produtividade da área restante já não altera de forma significativa o resultado final. Quanto à qualidade do produto, há uma grande variação no estado, por região, por município e mesmo numa unidade produtora. A quebra de qualidade mais expressiva é em relação ao grão inteiro, com intervalo entre 22% e 62%.
As causas da quebra do grão foram as altas temperaturas diurnas, a amplitude térmica durante o período de enchimento dos grãos e a maturação, intensificadas pela deficiência de irrigação onde, em várias lavouras, a irrigação foi conduzida no regime intermitente. Assim, a produtividade média deve ficar em 8.000 kg/ha.
Na região Central houve atraso na colheita, contudo se aproxima da finalização. A qualidade dos grãos é boa, e a produtividade é um pouco melhor em relação à safra passada, apesar dos níveis dos reservatórios estarem baixos.
Em razão da estiagem que atingiu a região, a produtividade ficou abaixo do potencial da cultura, mas ainda considerada satisfatória diante da situação. Na Planície Costeira Externa, houve grande variabilidade na produtividade em algumas lavouras devido a períodos de estiagem, também houve relatos de precipitações em granizo, que afetaram de forma pontual na produtividade dessas áreas. Os melhores índices de produtividade foram nas áreas produtoras na região da Zona Sul, onde a média de produtividade ficou em torno de 9.000 kg/ha, superando os 8.900 kg/ha da safra anterior.
Santa Catarina: com a elevação das temperaturas e precipitações mais regulares, o processo de maturação das lavouras se acelerou, reduzindo o atraso no desenvolvimento da cultura inicialmente previsto.
A estimativa atual aponta ligeira redução da área em comparação à safra anterior, em 0,9%, devido à substituição por culturas de milho e soja (em solos que permitem boa drenagem) ou devido à influência do crescimento imobiliário que vem se estabelecendo em locais das áreas produtoras do arroz, principalmente em regiões industrializadas, como em Joinville.
A produtividade em alguns municípios do sul do estado se mostrou elevadas devido ao bom uso da tecnologia disponível, inclusive com novas cultivares e uso efetivo do pacote tecnológico. Das áreas colhidas, de maneira geral, obteve-se boa produtividade, e a expectativa de uma boa safra se mantém em toda a região produtora.
Tocantins: o clima seco e estável, vem contribuindo para a finalização da colheita do arroz irrigado nas áreas de várzeas. Houve registro de queda na produtividade das lavouras, de 120 scs/ha para 115 scs/ha na região da Lagoa da Confusão/TO, ocasionado por excesso de chuvas, que inundou algumas áreas. Houve também uma queda na qualidade do produto colhido, após ocorrências climáticas, onde o produto caiu de 60% para 40% de grãos inteiros.
Quanto às lavouras de arroz de sequeiro, a colheita está quase concluída. Na região de Goiatins/TO, as lavouras estão em fase de maturação, por conta de a semeadura ter ocorrido mais tardiamente. Houve uma retração da área cultivada do arroz total no estado devido, principalmente, à elevação no preço dos insumos.
Goiás: a colheita sofreu atrasos devido precipitações excessivas, mas a operação no estado já foi finalizada. Os grãos apresentaram qualidade satisfatória, e o rendimento foi de 5.699 kg/ha.
Maranhão: na safra 2022/23, a área total plantada de arroz irrigado, cultivada no estado, corresponde a 3,1 mil hectares, com redução de 41,5% em relação à safra anterior, em razão de ajuste de dado de área de Vitória do Mearim e redução de área de plantio de Viana devido ao menor recurso de investimento do produtor, em consequência de perda significativa da produção de arroz de sequeiro da safra 2021/22. A produtividade média do arroz irrigado alcançada foi de 6.000 kg/há, e a produção estimada é de 18,6 mil toneladas de arroz. A comercialização do arroz produzido é realizada no mercado local, para as indústrias de beneficiamento do estado.
Quanto ao arroz de sequeiro, as lavouras de arroz do estado se encontram em floração, e, principalmente, em enchimento de grãos e maturação. A colheita atinge 46% da área total semeada, e segue adiantada nas áreas de produção de arroz de sequeiro favorecido, em municípios da Baixada Maranhense e do Médio Mearim, apresentando boas condições, beneficiadas pelo clima favorável, na maior parte do ciclo.
Assim, como as demais áreas, na região sul do estado, a colheita do grão está em torno de 80%, na região de Alto Mearim e Grajaú, no centro do estado, está em torno de 60% da área plantada, na região de Imperatriz, no oeste do estado, avança entre 50% e 70% da área cultivada. A área de arroz de sequeiro do estado estimada é de 91,5 mil hectares, com redução de 6,9% em relação à safra anterior devido à redução de área da agricultura familiar, em diversos municípios e da área de produção de arroz de Grajaú, que estava superestimada. O rendimento médio estimado é de 1.860 kg/ ha. A produção estimada de arroz de sequeiro é de 170,2 mil toneladas, 5,7% menor que o produzido na safra anterior.
Mato Grosso: as condições climáticas foram favoráveis à fase de maturação da cultura, porém o excesso de chuvas impediu maiores avanços na colheita, que atinge 78% das áreas produtoras. O rendimento das lavouras tem sido satisfatório, com boa qualidade dos grãos, mantendo-se acima de 55% de inteiros, do total do volume.
São Paulo: a colheita foi concluída.
Acre: a colheita se encontra finalizada e, apesar da ocorrência de enchentes nas áreas de lavouras, não houve prejuízos significativos.
Amazonas: não houve intercorrências que comprometessem as condições do cultivo. O aumento de área em relação ao levantamento anterior relaciona- se com o ajuste após a semeadura concluída, que se tratava de expectativa de plantio estimada e à medida que a semeadura foi se concluindo a campo, mostrou-se a necessidade de ajustes, e a perspectiva de produtividade do arroz para a região de Humaitá e do Sul de Canutama está em 70 scs/ha.
Rondônia: as chuvas regulares beneficiaram o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das culturas da primeira safra, já colhidas, em sua maioria, correspondendo às expectativas de produtividade, enquanto que as áreas de segunda safra estão se desenvolvendo satisfatoriamente e com perspectiva de uma boa colheita. As áreas implantadas com a lavoura safrinha apresentam-se em bom desenvolvimento, ainda que o plantio tenha sido realizado de forma tardia.
Pará: o sistema de sequeiro se encontra com 10% colhido, e o restante está com 50% na fase de enchimento de grãos e 40% em maturação. Na porção sudoeste do estado, observou-se lavouras de arroz em início de colheita e em excelente estado fitossanitário e clima favorável.
Alagoas: a colheita da cultura foi encerrada, e as condições climáticas favoreceram a lavoura desde o plantio até a colheita. O desenvolvimento vegetativo da cultura foi muito bom e houve aumento na produtividade em comparação ao levantamento anterior, relatado como significativo o grande volume de chuvas, ainda em 2022, que provocou enchentes, depositando componentes orgânicos que enriqueceram o solo, beneficiando o desenvolvimento produtivo da lavoura.
Ceará: o bom regime de chuvas beneficiou o desenvolvimento da cultura. Metade das áreas de arroz se encontram em emergência e a outra em estádio de desenvolvimento vegetativo. As condições das lavouras estão boas. Quanto ao arroz de sequeiro, as condições da cultura são boas e encontra-se em maturação.
Paraíba: com o aumento da precipitação e uniformidade na distribuição das chuvas, os produtores aceleraram o plantio, chegando a 97% do total previsto para a safra 2023. Cerca de 80% da lavoura se encontra em boas condições, com 75,8% na fase de desenvolvimento vegetativo, mantendo a expectativa de produtividade.
Piauí: o arroz de sequeiro está na fase predominantemente de enchimento de grãos. A lavoura apresenta boas condições. A agricultura empresarial tem reduzido consideravelmente a área de cultivo, em virtude do pouco emprego da cultura do arroz na abertura de novas áreas.
Rio Grande do Norte: houve um período de estiagem, secando algumas áreas alagadas de arroz, mas o retorno das chuvas com periodicidade significativa aumentou a reserva de água nos solos e diminuiu a temperatura,melhorando as condições para o desenvolvimento da cultura. As áreas visitadas em estádio de desenvolvimento vegetativo, entre V5 e V10, chegam a cerca de 70% das lavouras, as demais áreas estão iniciando o estádio reprodutivo, entre R0 e R2. As lavouras estão em bom desenvolvimento, apresentam algumas falhas de plantio e outras áreas estão com muita vegetação espontânea junto da lavoura. A área sofre redução gradativa devido a questões mercadológicas e elevados custos de produção, desestimulando o plantio, sendo substituído por outras culturas mais rentáveis.
Minas Gerais: a colheita está praticamente finalizada no estado. Nesta safra, não foram relatados problemas climáticos ou fitossanitários que pudessem interferir negativamente nas produtividades, tanto para as lavouras de arroz de sequeiro quanto irrigado, alcançando produtividades de 2.029 kg/ha e 4.505 kg/ha, respectivamente. Em relação aos números totais, espera-se uma produção de 21,2% maior que a safra anterior.
Mato Grosso do Sul: a redução na frequência das precipitações e consequente maior insolação favoreceram a maturação, contudo contribuiu para a perda de umidade nos grãos. As produtividades médias finais foram superiores ao histórico, com destaque para Douradina e Rio Brilhante devido a cultivos altamente tecnificados e alto investimento na produção.
Oferta e demanda
A Conab estima que a safra 2022/23 de arroz será 7,8% menor que a safra 2021/22, projetada em 9,9 milhões de toneladas. Este resultado é reflexo principalmente da estimativa de significativa redução de área em meio à reduzida rentabilidade projetada para o setor, com a menor atratividade financeira do setor orizícola em relação às culturas concorrentes por área, como a soja e o milho.
Especificamente sobre o quadro de oferta e demanda do arroz, estima-se uma queda do consumo nacional para 10,3 milhões de toneladas nas safras 2021/22 e 2022/23, em razão da perspectiva de recuperação econômica, dado o fato do arroz possuir uma elasticidade-renda negativa.
Sobre a balança comercial, as exportações, na safra 2021/22, apresentaram um significativo volume comercializado, e encerrou o ano de 2022 com 2,1 milhões de toneladas vendidas em razão da boa competitividade do grão no mercado internacional e quebra da safra norte-americana. Para a Safra 2022/23, em meio a um cenário projetado de menor disponibilidade do grão e de prováveis melhores preços internos, projeta-se uma retração do volume comercializado com o mercado externo para 1,5 milhão de toneladas, sendo este valor próximo da média comercializada ao longo dos últimos anos, com exceção do último ano, que apresentou movimentação atípica. Ainda neste cenário, a estimativa é de mais um incremento do montante importado pelo país, estimado 1,3 milhão de toneladas internalizadas pelo Brasil ao longo do ano de 2023. Em meio aos números apresentados, a projeção é de retração do estoque de passagem para 1,8 milhão de toneladas ao final de 2023.
Milho primeira safra
A colheita avança em todas as regiões produtoras, alcançando 63,6% da área semeada, e reduzindo a diferença em relação à safra 2021/22 que, nesse mesmo período, havia colhido 65,7% da área. A redução nas precipitações, aliada ao tempo seco em grande parte do país, favoreceram a perda natural de umidade dos grãos e aceleraram a retirada do cereal do campo.
Na maioria das regiões produtoras, as produtividades médias obtidas superaram as da safra 2021/22, sendo o destaque negativo a produtividade do Rio Grande do Sul devido à influência do fenômeno La Ninã, que provocou redução nas precipitações no estado durante o ciclo da cultura, impactando fortemente na produtividade do cereal no estado.
A área prevista para a primeira safra de milho está estimada em 4.357,8 mil hectares, 4,2% inferior à da safra passada, e confirmando a tendência de queda no cultivo do milho primeira safra devido à opção dos produtores em cultivarem a soja na safra de verão. A produção prevista é de 27.048,8 mil toneladas, 8,1% superior ao obtido na safra 2021/22.
Rio Grande do Sul: a colheita evolui de forma lenta, com a prioridade dada à cultura da soja. As lavouras semeadas mais cedo foram as mais prejudicadas. Na região Central, muitos produtores optaram por não semear o milho safrinha, e muitas lavouras que seriam destinadas à produção de grãos foram aproveitadas para a confecção de silagem, que também está com baixa qualidade. Na região da Campanha mais de 70% das lavouras estão colhidas, com o restante em maturação. Na região sul, a colheita está mais atrasada, mas já superando 60%. Nessa região, onde o potencial produtivo já é menor em comparação com as demais regiões do estado, a estiagem reduziu ainda mais a produtividade. No Alto Uruguai restam a ser colhidas apenas as áreas de safrinha, que apresentam potencial de produtividades muito próximas ao esperado para a safra, não interferindo significativamente na estimativa de produtividade. No Planalto Superior, região de cultivo mais tardio, a colheita evoluiu significativamente, porém, apesar da maior ocorrência de precipitações na região, as produtividades também foram prejudicadas. A operação de colheita já foi realizada em 86% da área. Considerando a produtividade das poucas áreas colhidas no mês e a expectativa de produtividade das áreas de safrinha, a produtividade foi mantida em 4.962 kg/ha.
Paraná: a cultura está com 87% de sua área colhida, atrasada em virtude das chuvas que impactaram as colheitas da soja, geralmente preferencial, e, por consequência, a desta gramínea. O restante da área está praticamente em maturação. Mesmo com algumas adversidades climáticas durante o ciclo da lavoura, a produtividade média estimada para o estado é de 9.873 kg/ha.
Santa Catarina: a colheita já está finalizada no extremo-oeste do estado, e houve recuperação das produtividades em relação à safra anterior. No meio oeste cerca de 70% das lavouras já estão colhidas, enquanto que, no planalto norte, a maioria já foi colhida. O atraso na colheita se dá em virtude da preferência pela colheita da soja. Houve problemas com infestação de cigarrinha em alguns municípios, principalmente nas áreas onde o plantio ocorreu tardiamente, mas as condições climáticas favoráveis durante a maior parte do ciclo favoreceram o desempenho das lavouras na maioria das regiões. Devido a novas informações deste levantamento, a área semeada estimada sofreu uma redução.
Minas Gerais: a cultura apresenta cerca de 76% da sua área cultivada já colhida. Houve alguns atrasos na colheita devido às chuvas, que impediram uma maior velocidade de avanço da colheita. Contudo, a colheita deve se encerrar ainda em maio, visto que as regiões do Triângulo, Noroeste e Alto Paranaíba são as que registram maior percentual de área já colhida. Apesar dos relatos de dias nublados, que reduziram a captação de luz pelas plantas e prejudicaram o enchimento de grãos, não houve períodos de restrição hídrica, que garantiu um bom rendimento das lavouras.
São Paulo: Apesar das oscilações climáticas ocorridas durante o ciclo da lavoura, as produtividades médias alcançadas, de 6.880 kg/ha, foram 16% superiores às obtidas na safra passada.
Goiás: a colheita foi finalizada. Os grãos colhidos apresentaram boa qualidade, e a produtividade obtida está em torno de 10.100 kg/há, indicando que as condições de cultivo foram favoráveis para as lavouras.
Distrito Federal: os principais produtores de milho primeira safra o utiliza para consumo em suas propriedades, usando a produção na alimentação dos seus animais em suas granjas, principalmente na alimentação de suínos. O cereal está sendo colhido aos poucos ou de acordo com a necessidade de cada produtor, que priorizaram as operações de colheita da soja. Devido às boas precipitações ocorridas durante o ciclo da lavoura, a produtividade estimada é de 9.518 kg/ha.
Mato Grosso: a colheita do milho de primeira safra foi finalizada no estado. Os tratos culturais associados ao pacote tecnológico de alta tecnologia, implantados em solos de qualidade, proporcionaram ao cereal bom rendimento final, com média de 8.360 kg/ha.
Mato Grosso do Sul: a redução na frequência das chuvas e maior insolação durante abril favoreceram a perda de umidade nos grãos e, consequentemente, a colheita das lavouras de milho cultivadas em primeira safra. As lavouras atingiram ponto adequado de colheita sem qualquer intercorrência no período, gerando leve melhora na produtividade média final do estado, com grãos de alta qualidade.
Bahia: para as lavouras de milho primeira safra, que seguem em fase de colheita, a chuva atrasou a operação mecanizada, mas não gerou perdas de qualidade ou rendimentos. No extremo-oeste, as lavouras estão nas fases de maturação e colheita, com expectativa de bom rendimento. No centro- norte, os plantios foram iniciados na primeira semana de novembro e se estenderam até a primeira semana de janeiro. Estima-se que até o final de abril de 2023 haja cerca de 60% das lavouras colhidas e 15% em estado de maturação. A colheita deve se estender até maio. A colheita nas pequenas propriedades esta finalizada. Para esta safra é esperada uma produtividade média de 5.309 kg/ha, 12% superior à da safra 2021/22.
Piauí: as lavouras continuam se desenvolvendo em boas condições, e devem-se confirmar e até superar em algumas áreas, as estimativas de produtividade. As áreas se encontram predominantemente em maturação, mas já há registos de áreas colhidas.
Maranhão: as lavouras têm evoluído bem, conforme as expectativas, sendo favorecidas pelas excelentes condições climáticas, encontrando-se nos estágios de floração à colheita. A colheita para os grãos secos ocorre entre abril e julho. A área da primeira safra de milho primeira safra é estimada em 303,7 mil hectares, um aumento de 0,5% em relação à safra anterior devido a ajuste de área de Bom Jesus das Selvas, no oeste maranhense. A produtividade média prevista é de 5.000 kg/ha, maior que o estimado no levantamento anterior em razão das boas chuvas.
Pará: a colheita já alcança 10% da área semeada, estando o restante das áreas em enchimento de grãos e maturação. As boas precipitações ocorridas durante o ciclo do cereal favoreceram o desenvolvimento das lavouras, e a produtividade esperada se encontra dentro do previsto.
Tocantins: o clima firme e seco vem favorecendo a colheita do cereal em muitas regiões,principalmente onde o plantio ocorreu mais cedo,e o restante das áreas estão em maturação. O clima favoreceu o desenvolvimento da lavoura em todo o estado, e as produtividades esperadas devem superar as obtidas na safra passada.
Acre: a colheita do milho primeira safra iniciou em janeiro e encerrou em abril, e devido ao excesso de água no solo, houve atraso na colheita. A cultura se encontra com 100% das áreas colhidas, com produtividade média de 2.895 kg/ha.
Rondônia: o clima para as lavouras de milho da primeira safra começou melhor devido aos bons volumes de chuva registrados. O veranico em novembro não chegou a impactar na produtividade da cultura, que se encontra majoritariamente em maturação, mas com 17% das áreas já colhidas.
Amazonas: na maioria das ocorrências do cultivo de grãos no estado do Amazonas, o sistema de produção é caracterizado pela agricultura familiar, com adoção de baixo nível tecnológico e prioritariamente para autoconsumo, com venda do excedente. As áreas cultivadas nesse sistema já foram colhidas, e as produtividades alcançadas superaram a estimativa inicial.
Milho segunda safra
O plantio do milho segunda safra foi finalizado em todas as regiões produtoras, e a atenção agora se volta para o comportamento do clima em maio. As precipitações ocorridas em abril favoreceram o desenvolvimento das lavouras em praticamente todas as áreas semeadas, com destaque positivo para o Mato Grosso, onde a maioria das áreas já se encontravam no estádio reprodutivo, fase de maior demanda hídrica da cultura. Nas demais regiões, os estádios variam de desenvolvimento vegetativo até enchimento de grãos, e os volumes de chuvas ocorridos favoreceram todas as áreas, mesmo àquelas semeadas fora do período ideal. Maio será decisivo para a consolidação da produtividade desta safra, que se encaminha para ser a maior da história. A área estimada, neste levantamento, é de 16.938,6 mil/ ha, 3,5% superior ao recorde da safra passada. Já a produção esperada é de 96.137,5 mil toneladas, 10.245,1mil toneladas superiores à obtida na safra 2021/22.
Mato Grosso: ao regime de chuvas ainda está de acordo com a exigência do cereal, fato que reflete no bom vigor da cultura, principalmente nos talhões que foram semeados fora da janela ideal de cultivo. A ocorrência de chuvas regulares e bem distribuídas das últimas semanas tem aumentado a expectativa de uma safra abundante no estado. As principais pragas e doenças do milho seguem sendo monitoradas e contidas dentro da normalidade.
Mato Grosso do Sul: a redução na frequência das chuvas, a partir do início de abril, somada a precipitações espaçadas adequadamente durante o restante do mês, garantiram umidade no solo apropriada para a cultura do milho no Mato Grosso do Sul durante todo o período.Esta excelente condição ambiental estimulou produtores a arriscar-se na semeadura do cereal até o final da primeira quinzena, aumentando a área estadual cultivada, que apresentava uma tendência de queda no sétimo levantamento de safra. As lavouras são consideradas excelentes por todo estado, e tem gerado perspectivas produtivas muito boas, mas ainda há receio na indicação das produtividades potenciais devido ao atraso ocorrido na semeadura e consequente período de altos riscos que as plantas ainda permanecerão expostas. Os cultivos mais jovens recebem herbicidas para controle de plantas daninhas e não há identificação de problemas com mato- competição. A ocorrência de pragas é considerada normal, bem abaixo do verificado na safra anterior. A presença de alta população de pulgão está chamando a atenção nesta safra, exigindo mais uma pulverização direcionada para este afídeo.
Goiás: em abril, Goiás registrou bons volumes de precipitação. As chuvas ocorreram principalmente em pancadas isoladas, mas foram suficientes para manter a umidade do solo e boas condições para os cultivos de segunda safra. As áreas semeadas permaneceram praticamente inalteradas durante este levantamento, e a maioria das lavouras está em fase reprodutiva. Em todas as localidades consultadas, as lavouras foram relatadas como estando em boas condições. O monitoramento e o manejo preventivo da cigarrinha, juntamente com o uso de variedades de milho mais tolerantes, não permitiram ataques mais severos do inseto em nível de dano econômico, até o momento. As chuvas mais abundantes neste ano foram benéficas para o controle da cigarrinha
Paraná: nestes últimos três meses, o tempo tem se mostrado com a ocorrência de precipitações, variadas de baixas a ideais. Porém, em fevereiro ocorreram chuvas em excesso, o que atrapalhou as operações de colheita da soja e milho primeira safra, assim, culminando em uma redução das áreas de cultivo de algumas culturas de segunda safra, inclusive o milho, e forçando parte dos produtores rurais a aumentar os cultivos de inverno, principalmente trigo. As precipitações que têm acontecido nas últimas semanas,apesar de favorecerem o desenvolvimento das lavouras em campo, têm sido um empecilho para a realização de tratos culturais das lavouras de segunda safra, e também, da colheita da primeira safra. A cultura já está toda plantada, tendo seus estádios principalmente em desenvolvimento vegetativo e floração, majoritariamente em boas condições.
Distrito Federal: a área cultivada neste levantamento sofreu uma redução motivada pelo encurtamento da janela de plantio. As lavouras remanescentes do cultivo de feijão primeira safra estão em fase de enchimento de grãos. Já as semeadas após a colheita da soja apresentam fases de desenvolvimento vegetativo e início do ciclo reprodutivo, e todas apresentam bom desenvolvimento.
Minas Gerais: o atraso no plantio da soja e, consequentemente, da sua colheita, provocou uma redução na janela ideal de plantio do milho segunda safra,queseencerrounofinaldefevereiro.Comafrustraçãodasafrapassada, aliada aos altos custos de produção, boa parte dos produtores declinou do plantio da cultura fora do período ideal. Com isso, a área de milho segunda safra no estado deve atingir 501,8 mil hectares, resultando em redução de 9,5% em relação à área cultivada na temporada passada. As chuvas de abril foram favoráveis ao bom desenvolvimento da cultura e, mesmo as lavouras semeadas mais tardiamente, fora da janela recomendada, que vinham sofrendo com uma restrição hídrica em março, se recuperaram, retomando assim a expectativa de sucesso dessas lavouras. Apesar da ocorrência de cigarrinha, observa-se nesta safra uma menor pressão exercida pela praga, isto, graças ao melhor manejo e adoção de materiais mais tolerantes.
São Paulo: assim como em alguns estados, houve uma redução da área cultivada com o cereal devido ao atraso na colheita da soja, o que encurtou a janela ideal de semeadura do milho, fazendo com que os agricultores procurassem outras alternativas de cultivo.As áreas semeadas se encontram majoritariamente em desenvolvimento vegetativo, e apresentam bom desenvolvimento devido às condições climáticas favoráveis.
Bahia: as lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento de grãos. As condições delas são boas, mas demandam atenção devido à redução do volume de chuvas. A área cultivada sofreu uma redução de 33% devido ao aumento dos custos de produção, à baixa atratividade da comercialização e à forte presença da cigarrinha na última safra. O produtor optou por substituir parte do milho pelo sorgo.
Ceará: a maioria das lavouras de milho se encontram em floração. Há expectativa de uma boa safra devido às condições climáticas, porém em alguns municípios podem sofrer perdas significativas pelo excesso de chuva. Essas chuvas também atrasaram a semeadura de algumas áreas por tornar inviável o preparo do solo. Não houve relato de ocorrência de pragas e doenças que tenham gerado perdas significativas de rendimento.
Maranhão: o plantio foi finalizado em abril, nas últimas áreas produtoras das regiões oeste, centro e leste do estado, após a colheita da soja. As lavouras se encontram em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos. Na região sul do estado, as lavouras se encontram em boas condições, especialmente àquelas semeadas dentro da janela ideal de plantio, precisando de mais algumas chuvas para garantir boa produção. Na região de Balsas, principal polo produtor, as precipitações têm propiciado ótimas condições para o desenvolvimento do cereal.
Pernambuco: com o retorno das chuvas, a partir de março, e consolidação de grandes lavouras tecnificadas, observadas durante a visita in loco no levantamento, elevou-se a previsão de rendimento na ordem de quase 50%, chegando a 724 kg/ha. As lavouras da área oeste estão em estágio de enchimento de grãos em boas condições. Já na porção leste, temos estágios vegetativo e início de reprodutivo. A área prevista sofreu minoração na ordem de 6 mil hectares, motivados principalmente pelo aumento nos custos de produção.
Piauí: as condições climáticas foram favoráveis à implantação da cultura, cuja semeadura teve início no último decêndio de fevereiro, e foi finalizada no estado. As lavouras se encontram nos estádios de desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos, e estão em boas condições, na sua maioria, favorecida pelos níveis de umidade do solo ainda adequado.
Rio Grande do Norte: a cultura está bem estabelecida e com bom desenvolvimento, com muitas plantas em estádio de desenvolvimento vegetativo mais avançado e plantas já no estádio de pendoamento, florescimentoeenchimentodegrãos.Aschuvasdemarço/abrilcontribuíram muito para o bom desenvolvimento das lavouras.
Paraíba: com o aumento da precipitação e sua uniformidade, os produtores aceleraram o plantio, chegando a 62,1% do total previsto para a safra 2023. As lavouras se encontram de boas condições a regulares, com a maioria delas em desenvolvimento vegetativo
Tocantins: com o registro de baixas precipitações nos últimos dias, as lavouras que estão em fase de desenvolvimento vegetativo e floração começam a dar sinais de deficit hídrico, principalmente em áreas de cascalho e de solos arenosos. Nas áreas semeadas, dentro da janela ideal de plantio, as lavouras estão em fase de enchimento de grãos, chegando a atingir a fase R4, mas ainda dependem de chuvas para assegurar uma boa produtividade.
Pará: o milho segunda safra está começando a entrar na fase de maturação nas regiões com 5% das lavouras neste estádio. Quanto ao clima, as regiões recebem ainda boa quantidade de chuvas, apesar de algumas falhas pontuais na sua frequência em alguns municípios, mas que ainda sustentam as lavouras. Na região de Santarém, a maioria das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, enquanto que nas lavouras do sul e sudoeste se encontram na fase reprodutiva.
Acre: o excesso de chuvas em março provocou um leve atraso no desenvolvimento das lavouras, que se encontram nos estádios de florescimento e frutificação, mas apresentam bom desenvolvimento.
Rondônia: asafrinhaestábemdesenvolvidaepróximadacolheitaemmuitas áreas devido às chuvas regulares durante o período de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, mas ainda há lavouras em todas as fases de desenvolvimento, a partir da emergência. É observada uma atipicidade na condução das lavouras em razão do atraso na regularização das chuvas e, com isso, nas regiões mais ao norte, houve uma redução significativa das áreas destinadas à safrinha. devido à perda da janela de plantio.
Milho terceira safra
O plantio do milho terceira safra foi iniciado em todas as regiões produtoras, e sua velocidade de implantação está diretamente proporcional às precipitações ocorridas. É estimado para esta safra um aumento de 2,6% da área semeada, em relação à safra 2021/22, motivada, principalmente, pelos bons resultados obtidos na última safra. A área estimada de cultivo é de 679 mil hectares, com expectativa de produção de 2.349,7 mil toneladas.
Alagoas: as precipitações regulares têm favorecido a semeadura do milho, proporcionando um estabelecimento inicial satisfatório nas lavouras.
Pernambuco: os índices pluviométricos abaixo do esperado em abril não propiciaram condições ideais de umidade no solo, atrasando a semeadura. Durante o levantamento, as regiões visitadas tinham 80% das propriedades no aguardo de melhores índices chuvosos. Com a maior incidência chuvosa confirmada no final de abril e início de maio, a semeadura tem se intensificado, devendo ser concluída ainda em maio. As lavouras se encontram em boas condições, em estágios iniciais de emergência e desenvolvimento vegetativo.
Bahia: existe a expectativa de aumento da área cultivada,sendo influenciada pela conjuntura de mercado do milho, expandindo sobre lavouras de feijão, e pastagem. Em abril, houve registro de 50 mm a 90 mm em toda a região do nordeste da Bahia, estando o solo entre 20% e 50% de capacidade de armazenamento hídrico, visto que a distribuição não foi uniforme. No extremo-oeste, as lavouras são cultivadas sob o manejo irrigado. As lavouras de milho já semeadas estão em fase de desenvolvimento vegetativo, apresentando boa qualidade.
Sergipe: a semeadura da safra de milho 2022/23 em Sergipe ainda é muito incipiente, neste momento, pode-se considerar como atrasada. A previsão para o encerramento do plantio é até o final de maio, podendo se estender, no máximo, até início de junho, caso não tenhamos imprevistos em relação à ocorrência de excesso ou falta de chuvas. Até o final de abril, o plantio só havia sido realizado em 3% da área prevista. No agreste, principal região produtora,o veranico ocorrido em abril causou atraso não apenas no preparo do solo, mas também no início do plantio de muitas áreas. Já ocorre áreas sendo semeadas no seco, com o objetivo de adiantar todo o processo e fazer com que a cultura não sofra com falta de umidade do meio para o final do ciclo. O atraso no plantio se dá também pela demora na liberação dos financiamentos, principalmente para os produtores atendidos pelo Banco do Nordeste. Apesar do acanhado atraso nas etapas iniciais de preparo do solo e plantio, a previsão, até então, é que não haverá problemas em seguir o zoneamento agrícola de risco climático de cada uma das regiões de produção do estado, conforme seus respectivos regimes de chuvas, solos e sementes utilizadas, conforme ainda à liberação dos recursos e regularização das chuvas.
Oferta e demanda
Para a safra 2022/23, a Conab prevê uma produção total de 125,5 milhões de toneladas de milho, um aumento esperado de 11%, se comparada à safra anterior. Esse aumento na produção total é resultado do aumento de área de milho segunda safra em conjunto com uma recuperação da produtividade projetada em campo das três safras. Cabe destacar que a Conab projeta um aumento de 1,8% na área plantada e de 9% da produtividade do setor.
Em relação aos dados da demanda doméstica, a companhia acredita que 79,3 milhões de toneladas de milho, da safra 2022/23, deverão ser consumidas internamente ao longo de 2023, ou seja, um aumento de 6,5%, comparativamente à safra anterior.
Sobre a balança comercial, a Conab projeta uma redução do volume de importação total para a safra 2022/23, projetada em 1,9 milhão de toneladas do grão, em razão da perspectiva de maior produção nacional. Para as exportações, com a projeção de aquecida demanda externa pelo milho brasileiro produzido na safra 2022/23, a Conab estima que 48 milhões de toneladas sairão do país via portos. Nesta conjuntura, acredita-se que o aumento da produção brasileira, alinhada à maior demanda internacional, deverão elevar o volume de exportações do grão em 2023. Com isso, o estoque de milho em fevereiro de 2024, ou seja, ao fim do ano-safra 2022/23, deverá ser de 8,2 milhões de toneladas, aumento de 1,1%, se comparado à safra 2021/22.
Soja
A colheita da soja já alcança 93,7% da área semeada. Ela agora está concentrada nas Regiões Norte, Nordeste e Sul, devendo se estender até junho. As boas produtividades continuam a acontecer em praticamente todas as regiões, favorecidas pelas condições climáticas favoráveis ocorridas durante o desenvolvimento das lavouras, com exceção do Rio Grande do Sul, que, devido aos efeitos do La Niña, teve sua produção fortemente impactada pela irregularidade das precipitações.
Neste levantamento houve um ajuste da área cultivada em Mato Grosso, Rondônia e Tocantins devido a novas informações de mapeamentos realizados.
O Brasil deverá colher, nesta safra, 154.810,7 mil toneladas, 23,3% superior ao obtido na última safra, e produtividade média de 3.532 kg/ha, confirmando recordes históricos de área de plantio, produtividade e produção.
Mato Grosso: a colheita foi finalizada, e as boas condições climáticas registradas durante o desenvolvimento das lavouras, aliadas aos investimentos dos produtores, resultaram em uma produtividade de 3.765 kg/ha, recorde para o estado. Neste levantamento foi elevada a área de plantio em 1% devido a novas informações de mapeamento. Assim, a área cultivada no estado alcançou 11.963,9 mil hectares.
Paraná: nos últimos três meses o tempo tem se mostrado com a ocorrência de precipitações variadas, de baixas a ideais. Porém, em fevereiro, ocorreram chuvas em excesso, o que atrapalhou as operações de colheita da soja. Apesar da situação ora mencionada, a colheita da soja se aproxima do fim, com 98% da área prevista já colhida, sendo as regiões mais atrasadas: Curitiba, Guarapuava, Irati e União da Vitória, ainda abaixo de 93% de área colhida. Apesar de adversidades climáticas ocorridas em muitas regiões, as produtividades alcançadas superaram as estimativas iniciais.
Mato Grosso do Sul: a redução dos volumes e frequência das chuvas em abril favoreceu as operações agrícolas, permitindo a finalização da colheita sem ocorrência de perdas produtivas e de qualidade de grãos significativas. Houve pequena alteração na área produtiva estadual devido à conclusão de mapeamento e constatação de diferença entre a informação subjetiva e objetiva. Na consolidação final das produtividades dos municípios, constatou- se pequena evolução na média estadual em relação ao sétimo levantamento da safra 2022/23, e a produção estadual ultrapassou os 14 milhões de toneladas de soja pela primeira vez na série histórica.
Rio Grande do Sul: a colheita evolui rapidamente em razão do clima seco de abril. A operação já ocorreu em 78% da área, restando 20% da área em maturação e 2% em enchimento de grãos. Assim, espera-se que a colheita esteja praticamente finalizada em maio. Na região Central, a área colhida já passa dos 60%, e se confirmam as perdas na produtividade devido à estiagem. Muitas lavouras nem chegaram a ser colhidas, com perda total. Na Campanha, as produtividades também estão muito variadas, com médias abaixo de 600 kg/ha nas áreas de sequeiro e 1.800 kg/ha nas irrigadas.
Na região sul, a colheita já supera os 60%. Apesar de ser uma das que menos sofreu com a estiagem, em comparação com as demais do estado, os pedidos de solicitação de Proagro pelos produtores foi grande. O período de estiagem atingiu as lavouras no estádio reprodutivo de floração e enchimento de grãos, reduzindo ainda mais a produtividade. No Alto Uruguai, a colheita está na fase final, com as primeiras áreas de safrinha sendo colhidas. Os resultados produtivos são menores que as primeiras estimativas, especialmente por questões referentes ao desenvolvimento inicial das lavouras. As áreas mais afetadas pela falta de chuvas apresentam bastantes falhas nas linhas devido à morte de plantas, baixa estatura, má formação de estande, poucas vagens por nó e falha de grãos.
Os piores resultados são expressos nas áreas próximas à região das Missões e nas áreas que acompanham o curso do rio Uruguai, destacadamente mais quentes. No Planalto Superior, o volume de chuvas durante o ciclo da cultura foi satisfatório em boa parte da região, assim, algumas áreas apresentam excelentes produtividades.
De forma geral, os grãos apresentam boa qualidade e leve redução do PMS, vista à falta de chuvas mais volumosas no período de enchimento de grãos. Não houve relatos significativos de rejeição do produto pelas empresas cerealistas e/ ou indústrias moageiras. As produtividades obtidas refletem as más condições climáticas observadas ao longo do ciclo da cultura
Santa Catarina: a colheita foi finalizada em grande parte das áreas plantadas. No extremo-oeste, a colheita da safra está encerrada, e a qualidade do produto é considerada boa. Já no meio oeste, cerca de 80% das lavouras estão colhidas, com produtividades superiores às previstas. As condições das lavouras mais tardias não são tão boas devido à presença de doenças, principalmente a ferrugem. O ritmo semanal da colheita ocorre de acordo com a maturação das lavouras que foram plantadas mais tarde, após o trigo.
Goiás: a colheita da soja foi concluída. Uma atualização sobre as produtividades médias obtidas no sudoeste goiano mostrou uma queda de 2% em relação ao último levantamento. Os fatores que contribuem para essa redução incluem baixa luminosidade entre janeiro e fevereiro, quando muitas lavouras estavam em enchimento de grãos.
Além disso, as últimas áreas de soja colhidas, geralmente áreas de abertura plantadas tardiamente ou áreas que precisaram ser replantadas, influenciaram negativamente a média nesta região. No entanto, nas demais regiões do estado foram observados ajustes para cima nos dados informados, resultando em um leve aumento da produtividade em Goiás em relação ao levantamento anterior.
Minas Gerais: o ciclo da cultura já está próximo do seu encerramento, restando poucas áreas a serem colhidas. Apesar do atraso no início da semeadura devido à ocorrência de um veranico em outubro, as condições climáticas foram bastante satisfatórias durante o ciclo da cultura em todas as regiões produtoras.
São Paulo: a colheita foi finalizada e, apesar dos problemas climáticos ocorridos no início do ciclo,como excesso de chuvas e baixas temperaturas,a produtividade média foi de 3.787 kg/ha, recorde da série histórica.
Distrito Federal: o cenário atual para a cultura indica que 100% da área cultivada com a leguminosa já foi colhida. De modo geral, todas as lavouras foram bem conduzidas e com boas condições fitossanitárias, alcançando bons resultando de produtividade.
Bahia: as lavouras estão finalizando o ciclo produtivo, com a maior parte das áreas colhidas. O produto colhido apresenta boa qualidade, e os rendimentos indicam que a safra terá recorde de produtividade.
Maranhão: em abril,a colheita alcançou 74% da área total de cultivo.As lavouras restantes se encontram em boas condições, nos estádios de enchimento de grãos à maturação.
Nas regiões de Porto Franco e das Chapadas das Mangabeiras, no sul do estado, a colheita se encontra perto da finalização. A colheita também está em andamento nas regiões de Imperatriz e do Pindaré, no oeste do estado, e na região do Alto Mearim e Grajaú, no centro do estado, totalizando entre 30% e 60% da área de cultivo, respectivamente. Nas regiões de Presidente Dutra, no centro maranhense, e das Chapadas do Alto Itapecuru, no leste maranhense, a colheita da soja está bastante adiantada, em cerca de 80% da área cultivada. Nessas áreas, a operação deve ser finalizada no início de maio, e as lavouras estão em maturação.
Nas regiões de Caxias e de Coelho Neto, no leste maranhense, a colheita está mais atrasada e deve ocorrer até o início de junho. As lavouras da oleaginosa se encontram em enchimento de grãos e maturação, em boas condições.
Nos municípios da região de Chapadinha, no leste maranhense, a colheita da soja foi iniciada aos poucos, em cerca de 5% da área, no final de abril devido à ocasião de chuvas. Essa operação deve ocorrer até junho. As lavouras estão em enchimento de grãos e maturação, encontrando-se em boas condições, com boa expectativa de produtividade, como no ano anterior.
Piauí: as lavouras se desenvolveram em boas condições em quase todas as regiões produtoras. A cultura se encontra com a colheita quase finalizada, visto que o restante está em maturação. Numa pequena parte do sul do estado, a qualidade da lavoura começou a ser afetada devido ao baixo índice pluviométrico no final do enchimento de grãos, contudo não está impactando significativamente a produtividade.
Ceará: a soja de sequeiro, que corresponde 45,5% da área, é cultivada na Serra da Ibiapaba, região com regime pluviométrico mais regular, quando comparado à maior parte do estado, e, portanto, as chuvas têm sido favoráveis ao desenvolvimento da cultura. Quanto à soja irrigada em Limoeiro do Norte, devido às características do solo, ocorreu alagamento em março em razão do excesso de chuvas, o que pode afetar a produção. Grande parte da área se encontra em enchimento de grãos e floração.
Alagoas: as condições climáticas favoráveis,com ocorrência de chuvas regulares, têm permitido um bom estabelecimento inicial das lavouras.
Tocantins: a colheita da primeira safra do estado já foi finalizada, com ótimos resultados alcançados. Houve um aumento da área cultivada em relação ao último levantamento devido ao mapeamento de novas áreas,podendo inclusive, receber novos ajustes. O plantio da segunda safra teve seu início em 20 de abril, e deverá ser finalizado até o fim de maio. Este plantio é realizado nas regiões de várzea do estado, em sucessão ao cultivo do arroz, e é, exclusivamente, para a produção de sementes.
Pará: a produção, nesta safra, deverá alcançar 2.877,7 mil toneladas, aumento de 15,2% em relação à produção na safra 2021/22. A colheita já alcança 93% da área cultivada, restando apenas algumas lavouras nas regiões de Santarém e Paragominas. De modo geral, as condições das lavouras foram boas,com poucos relatos de material com avaria em virtude do clima extremo.
Rondônia: a ocorrência de veranicos no início da implantação das lavouras resultou na necessidade de replantio em algumas áreas,no entanto,o percentual foi insignificante e apresentaram um reduzido impacto sobre a cultura.
A regularidade posterior das chuvas proporcionou um ganho em produtividade, que marca essa, como uma grande safra. Nas regiões que implantaram safrinha, a cultura está em franco desenvolvimento vegetativo e, apesar dos percalços enfrentados pelos produtores ultimamente, é observado um aumento considerável das áreas de cultivos, com tendência à implantação de novas áreas nas próximas safras.
Acre: a cultura se encontra em com 98% de áreas colhidas. Devido ao alto volume pluviométrico no início da safra, houve atraso no plantio em algumas áreas e, consequentemente, o período de colheita foi estendido.
Amazonas: o início da colheita da soja no Amazonas não se deu de forma uniforme, começando por Humaitá, no início de janeiro. Não houve nenhum relato de ocorrência significativa de problemas que venham a comprometer a qualidade do produto, porém com a intensificação da quadra invernosa, os dias propícios para a entrada das máquinas para colheita estão bem reduzidos, o que vem atrasando a conclusão desta.
BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS
CONAB – COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, Brasília, DF, v. 10, safra 2022/23, n. 8 oitavo levantamento, maio 2023.