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PIB do Agro estabiliza

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(Curadoria Agro Insight)

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), teve um crescimento modesto no terceiro trimestre, de apenas 0,4%. Com isso, o avanço do PIB do setor de janeiro a setembro deste ano é de 10,79%.

Considerando-se os desempenhos do agronegócio e da economia brasileira até o momento, a participação do setor no PIB total pode ficar em torno de 28% no ano. Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento do PIB na parcial de 2021 está atrelado aos resultados observados para o ramo agrícola (com elevação de 17,06%), já que o pecuário segue registrando balanço negativo de janeiro a setembro (queda de 4,76%).

PIB DO AGRONEGÓCIO ESTABILIZA NO TERCEIRO TRIMESTRE E SETOR CRESCE 10,79% DE JANEIRO A SETEMBRO

 O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, teve desempenho modesto no terceiro trimestre, com crescimento de apenas 0,4%. Com isso, o setor acumulou alta no PIB de 10,79% de janeiro a setembro (Tabela 1 e Tabela 2).

Como nos trimestres anteriores, entre os segmentos do agronegócio, o primário e o de insumos mantiveram destaque no terceiro trimestre, embora com desaceleração do crescimento para o primário. Com isso, esses segmentos também foram destaques no acumulado do ano. Já a agroindústria e os agrosserviços tiveram recuo no PIB no trimestre, mas ainda acumulam crescimento no ano (Tabela 1 e Tabela 2).

Pela perspectiva dos ramos do agronegócio, os cenários continuaram opostos, tanto no trimestre quanto no ano.

Tabela 1. PIB do Agronegócio: Taxa de variação acumulada no período (%) 

Insumos

Primário

Agroindústria

Agrosserviços

Total

Agronegócio

35,56 22,28 3,27 5,47 10,79

Ramo agrícola

35,78 28,92 7,54 14,03 17,06

Ramo pecuário

35,13 8,20 -11,82 -14,73 -4,76
Fonte: Cepea/USP e CNA

 Tabela 2. PIB do Agronegócio: Taxa de variação trimestral (%)

Insumos

Primário

Agroindústria

Agrosserviços

Total

Agronegócio

9,15 2,35 -1,42 -0,70 0,40

Ramo agrícola

11,89 3,62 -0,78 0,96 1,66

Ramo pecuário

4,20 -0,37 -3,34 -4,44 -2,69
Fonte: Cepea/USP e CNA

 Agricultura

No ramo agrícola, o PIB cresceu 17,06% de janeiro a setembro, após ter alta de 1,66% no terceiro trimestre. No período completo, os destaques foram os segmentos de insumos e o primário (agricultura). O PIB do segmento de insumos agrícolas cresceu (35,78%) via aumento da produção – puxada pelo desempenho da agricultura – e alta importante dos preços, sobretudo fertilizantes e máquinas agrícolas. Por sua vez, o excelente resultado da agricultura no período (28,92%) decorre exclusivamente do alto patamar real dos preços agrícolas, tendo em vista as expressivas quebras de produção para importantes culturas em consequência às condições climáticas desfavoráveis. Destaca-se que o avanço da renda nesse segmento foi em alguma medida limitado pelo forte incremento dos custos de produção.

Já o fraco resultado da agroindústria agrícola no terceiro trimestre decorreu da desaceleração da recuperação da produção industrial, frente ao ano anterior, que marcou esse período. Esse foi o cenário para quase todas as agroindústrias agrícolas: produtos e móveis de madeira, papel e celulose, biocombustíveis e açúcar, têxtil e vestuário, conservas de frutas, verduras e vegetais, fumo e bebidas. Ainda no ramo agrícola, também se destaca o crescimento do PIB dos agrosserviços, de 14,03% de janeiro a setembro. Tomando novamente como exemplo o setor de transportes, segundo o relatório trimestral da Fretebras, os fretes do agronegócio aumentaram expressivamente em 2021, puxados pelo transporte de fertilizantes, soja e milho.

Pecuária

O PIB do ramo pecuário recuou 2,69% no terceiro trimestre, com a variação no período de janeiro a setembro estimada em -4,76%. No trimestre, apenas o segmento de insumos pecuários cresceu, ainda puxado pelos maiores preços das rações. Esse segmento manteve destaque no acumulado do período. O PIB do segmento primário pecuário teve leve recuo no trimestre, e manteve crescimento de 8,2% de janeiro a setembro. A piora do resultado no terceiro trimestre refletiu uma desaceleração dos preços do boi gordo, do leite e dos suínos na comparação com 2020. Ressalta-se que a alta do período para a pecuária dentro da porteira é considerada modesta tendo em conta os elevados patamares dos preços, um reflexo sobretudo da forte elevação dos custos e também da menor produção de boi gordo. Na agroindústria, a queda de 11,82% no PIB de janeiro a setembro refletiu especialmente o estreitamento das margens, com a dificuldade de repasse dos aumentos das matérias-primas para o consumidor. A redução dos abates de bovinos, diante da escassez de bois prontos para o abate, também afetou o resultado.

SEGMENTO DE INSUMOS: segmento de insumos cresce no trimestre e mantém destaque no período

 Entre janeiro e setembro de 2021, o PIB do segmento de insumos do agronegócio cresceu 35,56%, comparativamente ao mesmo período de 2020 (Tabela 1). No trimestre compreendido pelos meses de julho a setembro, o avanço foi de 9,15% (Tabela 2). O resultado trimestral e o do período se deveram tanto ao desempenho das atividades do ramo agrícola quanto do ramo pecuário. Conforme mostra a Figura 1, todas as atividades do segmento apresentaram crescimento importante – com exceção da indústria de medicamentos para animais, para a qual se espera uma modesta redução.

Para a indústria de fertilizantes e corretivos de solo, com informações até setembro, projeta-se importante crescimento de 66,11% do faturamento anual. Este resultado reflete a expressiva alta de 42,92% dos preços reais, na comparação entre janeiro a setembro de 2021 e de 2020, e o crescimento de 16,22% da produção esperado para este ano. Apesar do crescimento, a produção nacional não é suficiente para atender à demanda doméstica, que, em grande medida, depende de importações.

Para a indústria de defensivos agrícolas, projeta-se crescimento de 14,71% do faturamento anual. O resultado reflete o crescimento esperado de 18,20% da produção no ano, em contraposição ao leve recuo de 2,95% do preço real, na comparação entre períodos iguais.

Para a indústria de máquinas agrícolas, é esperado crescimento expressivo de 67,01% do faturamento anual, resultado da combinação do crescimento anual de 46,60% esperado para a produção em 2021 e do avanço de 13,92% dos preços reais, na comparação entre períodos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o resultado reflete a capitalização de produtores.

Para a indústria de rações, é esperado crescimento de 61,25% do faturamento anual. O desempenho reflete a alta expressiva de 62,88% dos preços reais, na comparação entre períodos iguais, haja vista o recuo de 1,0% esperado para a produção anual (frente a 2020). A elevação dos preços dos insumos de alimentação está atrelada fortemente ao contexto altista de commodities utilizadas como matérias-primas para a produção de ração animal, como o milho e a soja, conforme tem sido destacado nos últimos relatórios.

SEGMENTO PRIMÁRIO: alta dos custos limita resultados no campo, mas esses ainda são satisfatórios

 No terceiro trimestre de 2021, houve desaceleração do PIB do segmento primário. Na agricultura, o resultado continuou positivo, mas com avanço mais modesto (3,62%) em comparação aos trimestres anteriores. E na pecuária, houve queda do PIB (0,37%). Ainda assim, devido sobretudo ao alto patamar dos preços agropecuários ao longo do ano, o desempenho no acumulado de janeiro a setembro foi positivo para os dois segmentos, com destaque para a agricultura: altas de 28,92% para a agricultura e de 8,2% para a pecuária (Tabelas 1 e 2).

Para todas as atividades da pecuária, um fator comum que deve ser ressaltado é o efeito negativo sobre as margens da escalada dos custos de produção, puxada sobretudo pelas altas na nutrição animal. Deve-se destacar que aumento de faturamento não significa crescimento do PIB.

SEGMENTO INDUSTRIAL: agroindústria recua no trimestre, mas mantém elevação no acumulado do ano

 No terceiro trimestre de 2021, tanto a indústria agrícola quanto a pecuária tiveram recuo do PIB. Para a agrícola, a queda foi de 0,78% e, para pecuária, de 3,34% (Tabelas 1 e 2). Para o período de janeiro a setembro, as atividades de processamento vegetal mantiveram crescimento, de 7,54%, apesar da queda trimestral. Já a indústria da pecuária recuou 11,82% no período.

Quanto aos preços, no caso da carne bovina, segundo equipe Boi/Cepea, agentes têm relatado dificuldades de repasse dos custos de produção do boi gordo à carne negociada no atacado pelos frigoríficos – dado o poder de compra fragilizado de grande parte da população, que acaba optando pela aquisição de proteínas substitutas, como carnes de frango ou suínos, ou ovos. E frigoríficos que atendem à demanda externa têm limitado a demanda por novos lotes de animais devido à suspensão de envios da proteína à China. Nesse cenário, a carcaça bovina manteve-se praticamente estável, mas com pressão de baixa ao longo do terceiro trimestre.

SEGMENTO DE SERVIÇOS: agrosserviços crescem na agricultura e recuam na pecuária

 O PIB dos agrosserviços do agronegócio brasileiro recuou 0,7% no terceiro trimestre, pressionado pela queda de 4,44% dos serviços pecuários. Ao contrário, impulsionado pelo desempenho da renda no campo, os agrosserviços agrícolas tiveram alta de 0,96% no trimestre.

No período de janeiro a setembro, o resultado para o segmento continuou positivo, em 5,47%, reflexo do excelente desempenho dos serviços agrícolas (14,03%). Por outro lado, o PIB dos serviços pecuários recuou 14,73% nos nove primeiros meses de 2021, refletindo especialmente a queda dos abates bovinos e das margens industriais.

Esse forte avanço do PIB do segmento, que é ligado ao ramo agrícola, está atrelado sobretudo ao bom desempenho da agricultura, com destaque para a soja, e à recuperação do nível de processamento vegetal. Esse cenário implica ampliação do uso de serviços de comércio, transporte e armazenagem, entre outros, como serviços financeiros, de comunicação, jurídicos, contábeis etc. Como apontado na introdução deste relatório, tomando novamente como exemplo o setor de transportes, segundo o relatório trimestral da Fretebras, os fretes do agronegócio aumentaram expressivamente em 2021, puxados pelo transporte de fertilizantes, soja e milho.

CONCLUSÕES

 O PIB do agronegócio brasileiro teve desempenho modesto no terceiro trimestre, com crescimento de apenas 0,4%. Após essa estabilização do crescimento, a alta acumulada no período de janeiro a setembro foi de 10,79%.

No ramo agrícola, o PIB cresceu 17,06% de janeiro a setembro, após ter alta de 1,66% no terceiro trimestre. E o PIB do ramo pecuário recuou 2,69% no terceiro trimestre, com a variação no período de janeiro a setembro estimada em -4,76%.

No ramo agrícola, no geral, os destaques de janeiro a setembro foram os segmentos de insumos e o primário (agricultura). O PIB do segmento de insumos agrícolas foi puxado pelo desempenho da agricultura e pela alta importante dos preços, sobretudo fertilizantes e máquinas agrícolas. Por sua vez, o excelente resultado da agricultura no período decorreu exclusivamente do alto patamar real dos preços agrícolas, tendo em vista as expressivas quebras de produção para importantes culturas em resposta às condições climáticas desfavoráveis. Destaca-se que o avanço da renda nesse segmento foi em alguma medida limitado pelo forte incremento dos custos de produção.

Ainda nesse ramo, no terceiro trimestre, chamou a atenção uma desaceleração da recuperação da produção industrial, frente ao ano anterior. Esse foi o cenário para quase todas as agroindústrias agrícolas: produtos e móveis de madeira, papel e celulose, biocombustíveis e açúcar, têxtil e vestuário, conservas de frutas, verduras e vegetais, fumo e bebidas. Mas, a variação do PIB do segmento no acumulado do ano continuou positiva. Também se destacou o crescimento do PIB dos agrosserviços. O bom desempenho da agricultura, com destaque para a soja, e a recuperação do nível de processamento vegetal implicaram ampliação do uso de serviços pelo ramo.

Por sua vez, o fraco desempenho do ramo pecuário tem como principal fator de pressão o aumento expressivo dos custos com insumos, seja dentro da porteira, na agroindústria ou nos agrosserviços do ramo. No segmento primário, o PIB cresceu, mas com resultado bem modesto tendo em conta as fortes elevações dos preços. Isso porque, a alta dos custos foi mais intensa que as elevações dos valores dos produtos e houve menor produção de bovinos no campo.

Na agroindústria pecuária, as elevações das matérias-primas não puderam ser repassadas em mesma medida aos preços negociados diante da fragilização da demanda doméstica, causando um estreitamento das margens – situação que se agravou no terceiro trimestre. Ademais, o abate de bovinos reduziu devido à escassez de bois no campo. Nos agrosserviços, o recuo do PIB no ramo pecuário também refletiu o comportamento a montante.

Fonte: Cepea

REFERÊNCIAS E LINKS RELACIONADOS

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Tags: agricultura, insumos, Pecuária, PIB do agronegócio

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