(Curadoria Agro Insight)
Hoje seguimos falando sobre o mercdo de fertilizantes. Desta forma, apresentamos um resumo do Boletim Logístico publicado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), um periódico mensal que contém dados sobre os aspectos logísticos do setor agropecuário.
Ao que tudo indica, o ano de 2021 deverá ser o que mais importou fertilizantes pelo Brasil. Isto porque, com os produtores capitalizados, o volume de compras spot é maior, tendo em vista as melhores condições comerciais para esta modalidade.
Além disso, este fato pode ser um indicativo de que os produtores devem aumentar a área plantada de soja, milho e algodão, que demandam um alto volume de adubos.
Outro indicativo deste cenário é que, com mais recurso, os produtores devem investir mais em tecnologias de plantio visando ganhar produtividade com as culturas e, com isso, possibilidade de maiores retornos financeiros.
O incremento na importação, no acumulado do ano, saiu de 24,6 para 29,1 milhões de toneladas de fertilizantes, ou seja, volume mais de 20,0% acima. Contudo, relatos de produtores e comerciantes de insumos agrícolas citam que está ocorrendo atraso nas entregas dos adubos adquiridos, visto que, segundo estes, a frota de caminhões disponível não está suportando este aumento de volume a ser embarcado dos portos ao Mato Grosso, por exemplo.
Até o momento, para o Brasil, não há indicativo, nesta safra, de problema de oferta de fertilizantes, vez que há informações de que a China, um grande produtor e exportador mundial está suspendendo temporariamente as vendas para o mercado externo, visando suprir a necessidade doméstica.
Tabela 1. Importação brasileiras de Adubos e Fertilizantes de janeiro a setembro.
Ano | Milhões de toneladas |
2021 | 29,11 |
2020 | 24,64 |
2019 | 22,30 |
2018 | 19,81 |
2017 | 22,00 |
2016 | 17,32 |
2015 | 14,09 |
Um dos pontos que permitem uma menor preocupação, no momento, é de que o Brasil não é dependente da China para o abastecimento de fertilizantes, apesar deste país ser o segundo maior exportador de fertilizantes para o Brasil em 2021.
No entanto, a Rússia responde por 23% de todo fertilizante importado neste ano, mas diversos outros países também fornecem estes insumos ao Brasil, ou seja, a importação brasileira é bem mais diversificada.
Mesmo assim, não há como desprezar a importância da China como fornecedor deste importante insumo para as culturas de soja, milho e algodão, uma vez que, nos últimos 10 anos, as importações brasileiras de fertilizantes oriundos da China cresceram 606,13%, saindo de 674,9 mil, em 2012, para 4,09 milhões de toneladas, em 2021.
Tabela 2. Evolução das importações brasileiras de fertilizantes oriundas da China.
Ano | Milhões de toneladas |
2021 | 4,09 |
2020 | 3,29 |
2019 | 3,05 |
2018 | 2,51 |
2017 | 2,04 |
2016 | 1,48 |
2015 | 1,84 |
2014 | 1,88 |
2013 | 1,42 |
2012 | 0,68 |
O que mais preocupa neste cenário é que, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), o Brasil produz entre 16 e 20,0% do que consume, ou seja, altamente dependente do mercado externo.
Como a demanda brasileira e mundial é crescente, há de se ter uma atenção especial, inclusive no que se refere à infraestrutura logística.
Fonte: Conab