CuradoriaGestãoInfográficos
0

As mulheres na cadeia produtiva da soja

As mulheres na cadeia produtiva da soja

Seja bem-vindo(a) a Newsletter da Agro Insight, um espaço de artigos autorais e curadoria sobre tecnologias, sustentabilidade e gestão para o agro.

Se você ainda não é assinante, junte-se a mais de 8 mil profissionais do Agro, consultores e produtores rurais que recebem gratuitamente conteúdos de qualidade selecionados toda semana, adicionando o seu e-mail abaixo:

(Curadoria Agro Insight)

Na curadoria de hoje trouxemos um estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) sobre a participação das mulheres na cadeia produtiva da soja.

Mulheres ganham espaço no setor da soja e percebem a sustentabilidade como oportunidade

É evidente que há um predomínio do gênero masculino no setor da soja e no agronegócio. Entretanto, o número de mulheres atuando no sistema agroindustrial da soja tem crescido nas últimas décadas, assim como o seu protagonismo nas decisões. Esse processo ocorre em meio a um contexto dinâmico, que envolve a sucessão familiar, a profissionalização do setor, as maiores exigências de consumidores, o aumento da competitividade e a necessidade de buscar inovações. Nesse sentido, as mulheres percebem a sustentabilidade como um desafio para a imagem do setor, ao mesmo tempo em que acreditam ser uma oportunidade para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro.

Sobre esse tema, o estudo especial divulgado hoje pelo Cepea e realizado em parceria com a CI-Brasil (Conservação Internacional Brasil), traz dados demográficos e sociais da presença feminina no sistema agroindustrial da soja no Brasil e importantes percepções das mulheres que atuam no setor com relação aos desafios e à sustentabilidade.

Os dados da PNAD mostram que, na região de Matopiba (que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), fronteira produtiva da soja, a proporção de mulheres que atuam nas lavouras do grão vem aumentando. Se em 2012 as mulheres respondiam por 6% dos 18,5 mil trabalhadores, em 2019, responderam por 9% de 24,6 mil trabalhadores. Em média, são mais qualificadas do que os homens, mas recebem rendimentos menores.

Julgadas pelo estereótipo, por vezes expostas ao assédio, as mulheres percebem situações de preconceito e falta de credibilidade em sua atuação profissional, levando-as a crer que precisam “se provar sempre mais”. Dessa maneira, acreditam ser importante desenvolver habilidades e conhecimentos, buscar network e trocar experiências, assim como ter maior confiança em si mesmas para garantir seus espaços. Segundo pesquisadoras do Cepea, a falta de referência, sobretudo em lideranças e cargos de decisão, é vista como um dos principais desafios para elevar a presença feminina no setor.

No entanto, também existe um conjunto de problemas de infraestrutura que se não eliminam, reduzem a inserção feminina e/ou sua progressão na carreira. Essa percepção existe porque promoções podem envolver transferências para regiões isoladas. Isso causa preocupações não somente quanto à segurança física da mulher, mas também sobre a dinâmica familiar (especialmente pela ausência de escolas e atendimento à saúde). Pesquisadoras do Cepea ressaltam que, assim como ocorre em outros setores da economia, as mulheres da soja também enfrentam o desafio de conciliar profissão e família – sobretudo quando, na própria estrutura familiar, ocorre a divisão desigual das tarefas domésticas e do cuidado com os filhos.

Apesar dos desafios, a presença feminina na cadeia da soja pode instigar mudanças interessantes em relação à profissionalização do setor e às adoções de inovações e de novas práticas produtivas. A pesquisa realizada pelo Cepea mostra que as mulheres percebem que sua inserção no setor tende a contribuir com a sustentabilidade – tanto pelo maior envolvimento com questões coletivas e de longo prazo, quanto pela maior habilidade em se discutir e defender essa temática.

Um resultado importante da pesquisa do Cepea é que as mulheres percebem que a sustentabilidade gera valor monetário, tanto no curto prazo (por conta da maior competitividade e exigência dos consumidores) como no longo prazo (por evitar gastos relacionados à exaustão do ecossistema, o que, por consequência, afeta negativamente a atividade produtiva). No entanto, também consideram o termo esvaziado e apontam para a necessidade de reconstruir a imagem do setor.

AUTORES DA PESQUISA – Este trabalho foi elaborado com a coordenação das professoras da Esalq/USP Ana Lúcia Kassouf e Sílvia Helena G. de Miranda com execução das pesquisadoras Natália Salaro Grigol, Graziela Nunes Correr e Gabriela Garcia Ribeiro.

PATROCINADOR – CI-Brasil (Conservação Internacional Brasil).

AGRADECIMENTOS – Às entrevistadas e respondentes, pela confiança em nosso trabalho e por nos inspirar com suas histórias.

BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS

Mulher e sustentabilidade no sistema agroindustrial da soja

Se inscreva na nossa Newsletter gratuita

Espaço para parceiros do Agro aqui

Tags: Cepea, mulheres, soja

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.
Você precisa concordar com os termos para prosseguir

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

novembro 2024
D S T Q Q S S
 12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
LinkedIn
YouTube
Instagram