Novo método de avaliação do solo ajuda na identificação de fatores que limitam a produtividade

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(Curadoria Agro Insight)

A Embrapa desenvolveu um novo método de diagnóstico para avaliar o impacto do uso de tecnologias na fertilidade do solo. A ferramenta consegue identificar fatores que limitam a produtividade e afetam a estabilidade de produção. A metodologia proposta foi validada em áreas agrícolas do Paraná, em parceria com a Cocamar Cooperativa Agroindustrial.

Os indicadores propostos na metodologia são o índice de qualidade estrutural do solo (IQES), que é determinado por meio do Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (DRES) e a taxa de infiltração estável de água no solo.

Uma grande vantagem é que o método pode ser reproduzido por cooperativas, órgãos de assistência técnica e empresas para fazer uma análise ampla da qualidade do solo, identificando gargalos que dificultam o aumento da produtividade, da estabilidade de produção face à ocorrência de adversidades climáticas e da rentabilidade nas diferentes regiões em que atuam.

Em busca do máximo potencial genético

De acordo com o pesquisador Júlio Franchini, da Embapa, avaliações sobre a produtividade média da soja e do milho segunda safra, principais culturas agrícolas do Paraná, mostram que elas não atingem o potencial genético, principalmente, por falta de água para atender as necessidades das plantas. Em 16 safras (1999/2000 a 2014/2015), avaliadas no Paraná, Franchini estima que a ocorrência de secas ocasionou perdas de 20,8 milhões de toneladas de grãos de soja. Isso significa que, mesmo em safras consideradas “normais” do ponto vista climático, a produtividade das culturas de grãos no Paraná tem sido limitada pela falta de água.

Nesse sentido, Franchini destaca que o aumento da produtividade e a estabilidade de produção estão associados, em grande parte, à adoção de tecnologias que aumentem a disponibilidade de água às plantas. “Isso envolve a construção de um perfil de solo sem impedimentos ao crescimento radicular sejam eles físicos (compactação), químicos (acidez excessiva, com baixos teores de cálcio, fósforo e presença de alumínio tóxico) ou biológicos (fitonematoides e fungos fitopatogênicos), possibilitando assim um maior volume de solo explorado em busca de água, sobretudo nas camadas mais profundas”, explica Franchini.

Estrutura do solo: o melhor negócio

A melhoria da estrutura do solo, além de favorecer o crescimento radicular, proporciona maior taxa de infiltração e armazenamento de água disponível às plantas, bem como otimiza os fluxos de água, oxigênio e nutrientes do solo para as raízes, explica o pesquisador Henrique Debiasi.

Em clima tropical, de acordo com o pesquisador, a temperatura máxima das camadas superficiais do solo sem cobertura pode chegar a mais de 50ºC, o que paralisa o crescimento e o funcionamento das raízes. “Há trabalhos relatando que o máximo crescimento radicular e área foliar da soja aos 40 dias após a semeadura ocorreu com temperatura média do solo de 28 ºC. O aumento para 34ºC reduziu em cerca de 40% tanto o crescimento radicular quanto a área foliar das plantas”, relata Debiasi. “A cobertura com palha reduz as perdas de água por evaporação até o fechamento das entrelinhas da cultura, aumentando a disponibilidade hídrica às plantas em até 40% durante esse período”, frisa o cientista.

Dados da pesquisa

O estudo detalhado está reunido na publicação Diagnóstico da qualidade do manejo e impacto de modelos de produção aprimorados sobre a fertilidade do solo nas regiões norte e noroeste do Paraná, editada pela Embrapa.

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Tags: fertilidade do solo, solo, solos-do-brasil

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