Avaliação da qualidade do café para pequenos produtores

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Metodologia possibilita que pequenos estabelecimentos classifiquem a qualidade de cafés
PesFoto grátis xícara de café com feijãoquisadores da Embrapa e da Universidade de Brasília adaptaram o Perfil Descritivo Otimizado (PDO) para avaliar a qualidade do café, tornando o processo acessível a pequenos produtores e empresários. A nova metodologia simplifica a análise sensorial, permitindo resultados mais rápidos que os métodos tradicionais. Um dos diferenciais é que a equipe de avaliação pode ser composta por funcionários e consumidores com treinamento básico, o que facilita a implementação em cooperativas, pequenas empresas e instituições de pesquisa.
A metodologia, detalhada no Manual de Análise Sensorial Descritiva de Café, foi desenvolvida a partir de uma dissertação de mestrado que analisou o efeito de diferentes fontes de potássio nos cafés do Cerrado. Embora o padrão para avaliações sensoriais fosse a Análise Descritiva Quantitativa (ADQ), a pandemia obrigou os pesquisadores a adaptar o PDO, que exige menos treinamento e pode ser realizado por equipes semitreinadas, tornando-o mais acessível para diferentes contextos.
A principal diferença entre o ADQ e o PDO está no nível de treinamento. Enquanto o ADQ requer treinamento longo e constante, o PDO é mais flexível e pode ser realizado com uma equipe maior e menos especializada. Apesar disso, é recomendado ter pelo menos 16 avaliadores para garantir precisão, embora esse número possa ser reduzido para 10 se houver alinhamento nos parâmetros de avaliação. O método também se destaca por reduzir o tempo e custo dos testes sensoriais.
Além da redução de tempo, o PDO permite que cooperativas e universidades identifiquem os melhores grãos de café antes de submetê-los a avaliações oficiais pagas, como as realizadas pela Specialty Coffee Association (SCA). A nova metodologia utiliza uma escala de 50 pontos que facilita a distinção entre cafés ruins, bons e ótimos. Isso proporciona um conhecimento inicial do potencial do café, ajudando na seleção para competições ou avaliações de mercado.
O treinamento dos avaliadores segue um protocolo estruturado, onde eles aprendem a identificar atributos sensoriais como doçura, acidez, amargor e aroma em diferentes intensidades. Durante as sessões, as amostras são avaliadas por atributos específicos, com notas atribuídas a cada um. A soma dessas notas resulta em uma classificação global do café, que pode ser usada para monitorar a qualidade da produção e orientar melhorias.
A metodologia PDO, além de democratizar o processo de avaliação sensorial, permite que produtores e estabelecimentos ajustem seus processos de produção com base nos resultados das análises. A pesquisadora Sônia Celestino ressalta que o método será empregado em futuros projetos para análise de cafés, consolidando seu uso como uma ferramenta prática e acessível para o controle de qualidade sensorial.

Fontes: Embrapa 25/09/2024

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Tags: avaliação de qualidade, grãos de café, pequenos produtores, pesquisa, treinamento

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