(Curadoria Agro Insight)
Na curadoria de hoje, alertamos técnicos e produtores sobre a importância da adubação potássica para a cultura da soja. Para isso, compartilhamos uma síntese da publicação de OLIVEIRA JUNIOR et al. (2018).
O potássio (K) é um dos nutrientes mais e portados pelas culturas. No caso da soja, o fornecimento adequado de K favorece o aumento da nodulação, dos componentes de produção e do teor de óleo, além de reduzir a quantidade de grãos enrugados e aumentar a tolerância a estresses bióticos e abióticos.
Para cada tonelada de grãos, a demanda por K pelas plantas de soja é de aproximadamente 48 kg/ha de K2O e, deste total, 22 kg/ha de K2O são exportados das lavouras com a colheita dos grãos. Para o milho e o trigo, as quantidades de K exportadas estão em torno de 2,6 e 3,2 kg de K2O por tonelada de grãos, respectivamente. Portanto, a alta taxa de exportação de K pela soja requer especial atenção com o planejamento da adubação das culturas que compõem o sistema de produção.
Neste contexto, o manejo adequado da adubação potássica é uma poderosa ferramenta para o alcance do potencial
produtivo das cultivares e a melhoria da qualidade dos grãos de soja.
Dose de potássio
A recomendação de adubação fundamenta-se basicamente no tripé:
- disponibilidade do nutriente no solo
- necessidade da cultura
- eficiência econômica da adubação
No caso do K, é frequente encontrar solos com teores disponíveis acima do nível crítico. Nestas condições é indicada somente a reposição do K potencialmente exportado da lavoura, ou seja, aplica-se em torno de 22 kg/ha de K2O para cada tonelada de grãos, de acordo com a expectativa de produção.
O monitoramento da fertilidade é a base para a tomada de decisão.
A produtividade média da cultura da soja vem aumentando, não só em função do potencial produtivo das cultivares, mas também pelo aprimoramento e qualidade das técnicas de manejo da cultura e da adubação. Consequentemente, as exportações de K do solo têm aumentado.
Deste modo, caso a adubação não reponha, pelo menos, as exportações de K pelos grãos, o balanço nutricional será negativo (exportação > adubação), resultando na redução das reservas de potássio do solo. Este desequilíbrio está sendo observado em diferentes lavouras, tipos de solo e condições de cultivo, afetando a produtividade das culturas que compõem o sistema de produção, mesmo em áreas consideradas de alta tecnologia.
Concentração foliar
Plantas com sintomas mais severos de deficiência apresentam teor foliar de 2,0 g/kg de K; enquanto que em plantas sem sintomas visuais aparentes, a concentração de K é de 4,5 g/kg e, portanto, também deficientes, com grande perda de produtividade, principalmente, nas vagens do terço superior das plantas.
Salinidade na semente
Para evitar concentração excessiva de nutrientes junto à semente e possível efeito salino do fertilizante potássico, a quantidade máxima a aplicar na linha deverá ser de 80 kg/ha de K2O, devendo o restante ser aplicado a lanço antes da semeadura.
Fontes de potássio
As fontes de fertilizantes potássicos são cloreto de potássio (KCl) e sulfato de potássio (K2SO4), ambos solúveis em água. Na escolha de qualquer fonte de K deve ser considerado o custo da unidade de K2O posto na propriedade, levando em conta a solubilidade.
Adubando o sistema de produção
Como fundamento deve-se manter a fertilidade do solo em níveis adequados para todas as culturas que compõe o sistema de produção, adequando-se a adubação em função do balanço das entradas e saídas de nutrientes no sistema,
evitando-se tanto o esgotamento do solo quanto à elevação desnecessária da disponibilidade dos nutrientes.
BIBLIOGRAFIA E LINKS RELACIONADOS
OLIVEIRA JUNIOR, A. de; CASTRO, C. de; OLIVEIRA, F. A. de Potássio: cuidados para a manutenção do equilíbrio nutricional da soja. Londrina: Embrapa Soja, 2018.